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Mauro Cid ou Bolsonaro? Veja qual depoimento teve mais audiência no Supremo

Bolsonaro e Cid se cumprimentam no STF. (Foto: Ton Molina/STF/AFP)

A transmissão do Supremo Tribunal Federal sobre os depoimentos dos réus da trama golpista ficou na casa dos 50 mil telespectadores no primeiro dia de depoimento. No segundo dia, foram 70 mil.

Um público modesto para os padrões do STF, que teve níveis de audiência muito elevados na internet em momentos cruciais de discussões em torno de escândalos políticos como o julgamento do Mensalão, por exemplo.

Os números não foram divulgados pelo Supremo, mas sabe-se que a maior audiência de uma sessão na Corte, até hoje, no YouTube, foi registrada no dia em que o ministro Joaquim Barbosa anunciou sua aposentadoria do tribunal, ao vivo, para todo o País.

No Brasil, a regra nos processos criminais é que o interrogatório de réus seja um ato público. Ainda que não seja comum a transmissão ao vivo do procedimento, em outras ações penais o Supremo já autorizou a presença de jornalistas e interessados.

Interrogatórios

O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, chegou a negar um pedido feito pela defesa do general Walter Braga Netto para que os interrogatórios dos réus da trama golpista não fossem transmitidos ao vivo pela TV Justiça.

Braga Netto foi um dos oito réus interrogados pelo ministro, relator da ação penal do Núcleo 1 da trama golpista. A defesa do militar alegou que a transmissão gera superexposição e viola os direitos dos acusados. Ao analisar os argumentos apresentados, Moraes avaliou que os advogados não demonstraram o “efetivo prejuízo” para a defesa de Braga Netto.

Réus

Os oito réus na ação penal sobre o núcleo “crucial” da trama golpista, composto pelos líderes do suposto complô, foram ouvidos na seguinte ordem: primeiro o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator da trama golpista; e depois os demais em ordem alfabética:

• Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
• Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
• General reformado do Exército Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
• Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
• General reformado do Exército Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
• General reformado do Exército Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022 (falará por videoconferência por estar preso preventivamente desde dezembro de 2024).

Todos foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) dos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado por violência e grave ameaça; deterioração de patrimônio tombado da União. Somadas, as punições podem chegar a 40 anos de prisão, pena máxima no Brasil.

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