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Médicos afirmam que o primeiro transplante de útero dos Estados Unidos não deu certo

Paciente se recupera bem da operação que removeu o útero implantado. (Crédito: Reprodução)

O primeiro transplante de útero realizado nos Estados Unidos não foi bem-sucedido, afirmaram os médicos da clínica americana Cleveland. “Estamos tristes em compartilhar que a nossa paciente, Lindsey, 26 anos, recentemente experimentou uma complicação repentina que levou à remoção de seu útero transplantado”, afirmou o hospital em um comunicado.

Uma porta-voz da clínica afirmou que a paciente se recupera bem da operação que removeu o útero implantado e que o órgão – retirado de uma doadora morta – estava sendo analisado por patologistas para ajudar a determinar o que deu errado.

“A equipe médica tomou todas as precauções e medidas necessárias para garantir a segurança da nossa paciente. Embora isso tenha sido difícil para a paciente e para a equipe médica, Lindsey está indo bem e se recuperando”, disse uma fonte do hospital.

A paciente, identificada apenas pelo primeiro nome, agradeceu aos médicos. “Eu só queria ter um momento para expressar a minha gratidão para com todos os meus médicos. Eles agiram rapidamente para garantir a minha saúde e segurança. Infelizmente, eu perdi o útero por causa de complicações. No entanto, estou indo bem e aprecio todas as suas orações e bons pensamentos”, disse a mulher, que é mãe adotiva de três crianças.

O transplante.

O transplante de Lindsey foi o primeiro de dez planejados inicialmente pela Cleveland, como parte de um programa experimental cujo objetivo é permitir que mulheres inférteis se tornem mães. Lindsey nasceu sem útero, mas outras candidatas podem ter tido danos no órgão ou problemas médicos que tornaram a remoção necessária, como câncer.
O transplante é temporário. A ideia é retirar o útero depois que as pacientes têm um ou dois filhos, para que elas não precisem mais tomar drogas imunossupressoras contra a rejeição do órgão.

O líder da equipe cirúrgica foi o médico Andreas Tzakis, que antes do transplante de Lindsey viajou à Suécia e trabalhou com profissionais da Universidade de Gotemburgo, os únicos do mundo que realizaram o procedimento com sucesso até agora.
Além dos EUA, outras tentativas na Arábia Saudita e na Turquia também falharam. Médicos na Grã-Bretanha, França, Japão e em outros países, porém, estão planejando operações similares, mas usando doadoras mortas em vez de vivas.

Nove mulheres já se submeteram à cirurgia na Suécia, com órgãos retirados de doadoras vivas. Pelo menos quatro delas já tiveram bebês – o primeiro nascimento ocorreu em 2014. O bebê nasceu prematuro, porém saudável. A paciente havia recebido o útero de uma mulher de 61 anos que entrara na menopausa.

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