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Médicos “fantasmas” do SUS são investigados por supostas fraudes

(Foto: Marcello Casal Jr./Abr)

Em ao menos nove Estados e no Distrito Federal, órgãos como Tribunais de Contas, PF (Polícia Federal) e Ministérios Públicos identificaram e investigam casos de médicos “fantasmas”, que pouco ou nem aparecem no trabalho – muitos deles com a conivência do poder público. A maioria citou fraudes no registro de ponto, agravando as filas de pacientes que buscam atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde).

Só em junho de 2014, auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal identificou 25.735 faltas indevidas de funcionários da saúde, uma média de 15 por servidor – desde jornadas divergentes da escala prevista até médicos que trabalham em um local e batem ponto em outro. O controle da frequência é falho: em quase metade das unidades, não é eletrônico.

Em Santa Catarina e no Paraná, operações da PF desvendaram esquemas de médicos que não atuavam em hospitais universitários para atender em clínicas particulares. Em junho, 27 médicos do Hospital Universitário catarinense foram indiciados sob suspeita de fraudes nas folhas de ponto. A PF identificou um médico que estava em viagem à Europa no mesmo dia em que “bateu ponto”. Outro registrou 169 horas de trabalho em uma semana – algo impossível mesmo trabalhando 24 horas diárias.

No Paraná, dez médicos do Hospital de Clínicas da UFPR, com frequência média de 7% e salários de 4 mil reais a 20 mil reais, foram indiciados há dois meses sob suspeita de descumprirem a carga horária. As fraudes nas folhas de ponto, com entradas e saídas falsas, foram descobertas após auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) perceber a baixa produtividade. (Folhapress)

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