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Menos dinheiro na poupança reduz crédito para casa própria

Novas regras do Minha Casa Minha Vida podem impulsionar o mercado imobiliário.(Foto: Reprodução)

A queda continuada do saldo da caderneta de poupança – de janeiro a agosto, os saques superaram os depósitos em 48,5 bilhões de reais – deve ampliar ainda mais as restrições ao crédito para a compra da casa própria da classe média, que tem nos recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) as menores taxas do mercado.

De acordo com o vice-presidente do Secovi-SP, Flavio Prando, com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil já operando acima da exigibilidade de repassar 65% do dinheiro da poupança a financiamentos do SFH, a maior oferta dessas linhas hoje está nas mãos dos grandes bancos privados, como Itaú e Bradesco, que ainda têm esse funding disponível. Mas com o saldo dos depósitos encolhendo, tendem a chegar mais rapidamente os 65% de enquadramento, ficando desobrigados de emprestar mais a juros do SFH, de, no máximo, 12% ao ano.

“Neste momento, a perspectiva é de piora para a oferta de crédito via SFH”, disse Prando, referindo-se ao fato de não haver perspectiva de queda na Selic (a taxa básica de juros) tão cedo a um patamar que devolvesse atratividade às cadernetas.

Mudança no FGTS

Outro ponto que trará mais dificuldade de acesso ao crédito habitacional, observou Prando, é o projeto de lei que iguala a remuneração do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) à da poupança. O FGTS é a principal fonte de recursos dos financiamentos do Programa Minha Casa Minha Vida, a taxas que variam de 4% a 6,6%. O Fundo lastreia também empréstimos para a compra de imóveis de até 300 mil reais, a taxas de 8%. (AG)

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