Ícone do site Jornal O Sul

Mensagem cifrada de Odebrecht cita presidente e ministros do Superior Tribunal de Justiça

Marcelo Odebrecht refere-se ao ex-presidente Lula, e ao senador tucano José Serra. (Foto: Geraldo Bubniak/AE)

Marcelo Odebrecht, o maior empreiteiro do País, preso no dia 19 de junho na mais importante fase da Operação Lava-Jato se considerava intocável e tinha a certeza de que seu amplo leque de contatos políticos o livraria da prisão. Odebrecht tinha como meta aproximar-se do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Francisco Falcão, segundo fontes.

Mensagens cifradas apreendidas no telefone celular do empreiteiro indicam que o executivo listava Falcão como uma das autoridades que poderiam atuar em seu benefício em caso de problemas judiciais. Embora preso desde junho, o habeas corpus impetrado pela defesa no STJ foi pensado para ser apresentado nos últimos dias, para que fosse estrategicamente distribuído ao ministro, responsável pela segunda metade do plantão do STJ no recesso judiciário.

Em Brasília, Falcão tem como um dos principais interesses conseguir emplacar o desembargador Marcelo Navarro Dantas para a vaga aberta no STJ com a aposentadoria de Ari Pargendler.  Nos bastidores, tem feito investidas no Palácio do Planalto e no Congresso para conseguir que o apadrinhado se torne ministro. Cabe à presidenta Dilma Rousseff a decisão final. Interlocutores dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) não têm dúvida: um despacho de Falcão favorável à liberdade de Marcelo seria devidamente recompensado com a indicação de Dantas.

Nas mensagens cifradas no celular do empresário aparecem referências a “Falcão” e a “Aprox STJ”. O contexto da conversa não foi decodificado pela Polícia Federal. Estão listados nas mensagens do empreiteiro, entre outros, o ex-presidente Lula, o atual vice-presidente Michel Temer, o senador José Serra (PSDB) e o governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT). Do STJ também há referências aos ministros Raul Araújo, João Otávio de Noronha e Nancy Andrighi.

Sair da versão mobile