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Mercado de Pulgas movimenta Travessa dos Cataventos da Casa de Cultura neste domingo em Porto Alegre

A 13ª Primavera dos Museus propõe fortalecer a relação entre público e museu a partir da ideia de preservação de espaços de arte como um ato compartilhado entre o cidadão e o seu bem cultural. (Foto: Divulgação/Governo do RS)

Neste domingo (23) a Travessa dos Cataventos da CCMQ (Casa de Cultura Mario Quintana) receberá mais uma edição do Mercado de Pulgas, das 13h às 19h. Serão cerca de 30 expositores com produtos variados, entre eles itens de época e moda autoral. O objetivo é ligar diretamente o comerciante local com o público. A entrada é franca. Em caso de chuva, o evento será transferido.

Em todas as edições há uma “arara” convidada. A deste dia será do Brechó Central, fundado em 2000 por Dina Ariju, que hoje conta com mais três sócias, Débora, Letícia e Dayana, unindo moda e sustentabilidade.

O som ficará por conta de Fred S. e, às 17h, o Teacher´s Trio sobe ao palco. Trata-se de uma banda de professores, composta por Átila, Carlos e Fred. Haverá ainda a presença do Pirata de Prata, uma plataforma de publicação do videogame local, onde jogos criados independentemente são lançados ao público em um tipo de fliperama.

Exposição fotográfica Black Power retrata a resistência contra o racismo

A exposiçāo Black Power poderá ser visitada no hall do laboratório fotográfico da CCMQ de 28 de junho a 27 de julho. A mostra, gratuita, trabalha com o universo híbrido, onde o fotógrafo Claudio Benevenga mistura nas suas imagens toda a experiência ao longo de mais de trinta anos de atuação na moda, publicidade, cinema e teatro. Com registros carregados de força e dramaticidade, a mostra reforça a resistência e o “empoderamento” negro contra o racismo cultural.

Segundo Claudio, em pleno século 21, o aumento da discriminação por meio da internet é muito preocupante. Ele conta que, só no último ano, houve inúmeros acontecimentos que viralizaram, com pessoas de diferentes classes, idades e nacionalidades. “O que mostra que o racismo não é exclusivo de um povo ou de um só lugar, e sim historicamente do ser humano. Atualmente o termo ‘empoderamento’ tem sido muito empregado dentro de alguns grupos de lutas sociais. Ele é utilizado para denominar o processo no qual uma pessoa se conscientiza e se dá conta do seu poder”, explica.

Conforme o fotógrafo, empoderar-se é reconhecer-se enquanto sujeito social, político, autor da sua própria história e capaz de lutar por direitos que não são só seus, mas também de um grupo. Ele argumenta que, em um país onde mais da metade da população é negra, trabalhar com a imagem de negros em situação de protagonistas vai além do estético, reforça uma luta diária contra a ignorância do preconceito que persiste por mais de 500 anos.

“A força retórica das imagens produzidas com artistas e imigrantes negros advém de serem particulares, fortes e concretas. É importante observar como a imagem e o imaginar coletivo acabam modelando a realidade social, justificando desta maneira a importância social desta mostra que pretendo levar para diversos lugares do país”, pontua Claudio.

O projeto inclui a realização de ensaios fotográficos com pessoas de comunidades carentes e debates sobre a violência e o preconceito contra a população negra e moradores de comunidades e periferias, nos dias 13 e 20 de julho, às 14h30, no auditório Luiz Cosme.

Os encontros serão conduzidos pela atriz, cantora, produtora cultural e ativista social Denizeli Cardoso, vencedora do Prêmio Açorianos de Melhor Atriz em 2017. Ela também é coordenadora do Coletivo Corpo Negra, grupo de dança formado por alunas negras do curso de dança da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com o objetivo de promover espaços para discussão, reflexão, análise e criação artística a partir das questões que envolvem o universo feminino, mais especificamente da mulher negra.

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