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Mercado de trabalho apresenta estabilidade no RS durante o primeiro trimestre

Dados constam em boletim oficial divulgado nessa terça-feira. (Foto: Miguel Ângelo/CNI)

O mercado de trabalho se manteve estável no Rio Grande do Sul durante o primeiro trimestre, com taxas consistentes de participação na força de trabalho de 66,5% e nível de ocupação de 63%. É o que aponta o mais recente boletim do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgado nessa terça-feira (24).

Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, os indicadores do Rio Grande do Sul mostraram estabilidade, enquanto outras unidades da federação registraram retrações ou avanços pontuais. O boletim foi elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Emprego formal

Nos 12 meses encerrados em abril de 2025, o Rio Grande do Sul somou 69,5 mil vínculos formais adicionais, um crescimento de 2,4%. O setor de serviços liderou as contratações, com 39,9 mil vagas (57,4% do saldo). Pelo critério da variação relativa, destacou-se a construção, com expansão de 3,8%. A indústria registrou avanço de 1,7%, sinalizando recuperação gradual após resultados negativos em 2024.

O destaque do período foi o avanço do emprego entre trabalhadores com 18 e 24 anos, que responderam por mais de 70% das vagas criadas. Do total, 62,8% dos vínculos adicionados foram ocupados por mulheres, que se destacaram também em setores tradicionalmente masculinos, como a indústria.

Informalidade e rendimento

A taxa de informalidade permaneceu estável no RS (31,2%) e segue como a quinta menor entre as 27 unidades da Federação. No primeiro trimestre, o número absoluto de ocupados informais foi de 1,88 milhão de pessoas, com queda de 3,4% na margem.

O rendimento médio mensal real habitual dos ocupados no Rio Grande do Sul ficou em R$ 3.770 no primeiro trimestre de 2025, valor estável em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já na comparação interanual, frente ao primeiro trimestre de 2024, o indicador apresentou crescimento de 6,8%, atingindo o maior valor da série histórica da PNAD Contínua no Estado.

A massa de rendimento real habitual dos ocupados também permaneceu estável na margem. No entanto, na comparação interanual, registrou aumento de 9,1%, impulsionado tanto pelo crescimento do rendimento médio quanto pela elevação do contingente de ocupados no RS no período (2,2%).

Distribuição etária

A geração de empregos formais, no acumulado dos últimos 12 meses, foi liderada pelas faixas etárias mais jovens. Enquanto a maioria dos grupos acima de 30 anos apresentou saldos negativos – ou seja, mais desligamentos que admissões –, os trabalhadores mais jovens registraram saldo positivo.

Dentre os menores de idade (até 17 anos), o principal segmento empregador, tanto no recorte de março de 2024 a março de 2025 quanto no acumulado desde março de 2020, foi o setor de mercados e hipermercados. Na faixa de 18 a 24 anos, que também respondeu por parcela expressiva dos empregos gerados nos dois períodos, destacaram-se como principais empregadores os segmentos de atendimento hospitalar, transporte de cargas e comércio de produtos farmacêuticos.

Destaques regionais

Todas as nove regiões funcionais do Estado apresentaram expansão no número de empregos formais nos últimos 12 meses. O maior destaque foi a região Norte (RF9) – que compreende o Alto da Serra do Botucaraí, o Médio Alto Uruguai, o Nordeste, o Norte, a Produção e o Rio da Várzea – com crescimento de 5,4%, seguida pelo Litoral Norte (RF4), com 3%. Em termos setoriais, comércio e serviços cresceram em todas as regiões.

(Marcello Campos)

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