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Mercado financeiro prevê alta de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros amanhã

Expectativa é continuidade do processo de aumento da taxa básica pelo Banco Central. (Foto: Bia Fanelli/Folhapress)

Instituições financeiras consultadas pelo BC (Banco Central) estimam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada em 0,5 ponto percentual em julho. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que define a taxa, está marcada para esta terça-feira e quarta-feira. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, após passar por seis altas seguidas.

Depois da reunião deste mês, as instituições financeiras não esperam por mais aumento da taxa.
Com isso, a Selic deve fechar o ano em 14,25%. A previsão da semana passada era que a Selic encerraria 2015 em 14,5% ao ano. O índice é usado nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação. Como o BC está tentando conter a inflação, a expectativa é continuidade do processo de aumento da taxa básica. Para este ano, a estimativa do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu pela 15 vez seguida. A projeção passou de 9,15% para 9,23%. Neste ano, a inflação deve ficar acima do limite superior da meta estabelecido pelo governo, que é 6,5%. Para 2016, a projeção permanece em 5,4%.

A promessa do BC é entregar a inflação no centro da meta (4,5%), em 2016. Como as expectativas para o próximo ano ainda estão acima disso, o BC considera que precisa continuar elevando os juros. Na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, disse que, mesmo com alguns resultados positivos inegáveis, acontecimentos recentes mostram que existem novos riscos que podem influenciar o resultado da inflação em 2016. Para o diretor, isso pode afetar as expectativas de inflação no longo prazo.

Para o executivo, há sinais positivos da convergência da inflação para 4,5% no próximo ano, mostrando que o BC está no caminho certo. “No entanto, o progresso até agora na luta contra a inflação precisa ser equilibrado contra riscos recentes que ameaçam nosso objetivo central.” O diretor acrescentou que o BC permanece cauteloso.

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