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Mercado prevê manutenção dos juros em 2% na última reunião do ano do Copom

Selic está atualmente em 7,75% ao ano. (Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) fará nesta quarta-feira (09) a última reunião do ano, e a expectativa dos analistas do mercado financeiro é que a taxa básica de juros, a Selic, seja mantida em 2% ao ano. A taxa Selic está no menor patamar da série histórica e, se confirmada a manutenção, será a terceira vez seguida. A decisão será anunciada pelo BC por volta das 18h30min.

A definição da taxa de juros acontece em meio à alta dos preços. Em novembro, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), índice considerado a inflação oficial do país, somou 0,89%. Nos últimos doze meses até novembro, a inflação foi de de 4,31%, acima do centro da meta de inflação para este ano, de 4%.

Nos últimos meses, a inflação tem disparado principalmente em razão do aumento dos preços dos alimentos. Segundo analistas, isso decorre da disparada do dólar, que incentivou os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno, além do pagamento do auxílio-emergencial, que estimulou o consumo.

Segundo Vitor Noronha, CEO e planejador financeiro, há uma pressão inflacionária muito grande, podendo superar 4,5% no acumulado do ano, mas “provavelmente” o governo não irá sinalizar nenhuma mudança relevante por ora.

“O que torna fundamental um posicionamento em 2021, seja aumentando o juros e, principalmente, cuidando do lado fiscal [contas públicas] para demonstrar que dívida pública não ficará descontrolada”, acrescentou.

Como é tomada a decisão

O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação, olhando para o futuro pois as decisões demoram de seis a nove meses para terem impacto pleno na economia.

Neste ano, a meta central é de 4%, mas o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% neste ano sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2021, ano no qual o BC passou a mirar as decisões, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Embora a inflação esteja crescendo nos últimos meses, a previsão mais recente dos economistas dos bancos é de que o IPCA somará 4,21% neste ano e 3,34% em 2021.

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