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Mesmo contra a lei, três de cada dez policiais militares pretendem participar de atos a favor de Bolsonaro nesta terça-feira

Regras sobre o engajamento de agentes da ativa em atos políticos variam conforme o Estado, mas orientação geral é pelo impedimento. (Foto: EBC)

Apesar do risco de infringirem a lei, cerca de 30% dos policiais militares do País planejam ir a manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro programadas para esta terça-feira, 7 de setembro, feriado do Dia da Independência. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Atlas Intelligence junto a 3.146 agentes de forças de segurança.

As regras para a presença em manifestações políticas variam de acordo com o texto dos regimentos internos das polícias militares de cada Estado. De um modo geral, entretanto, os regulamentos proíbem a participação de seus integrantes da ativa.

Não por caso, ao menos oito Estados já se comprometem a punir membros de tropas que comparecerem aos protestos manifestações.

Em relação à presença nos atos, 44% dos policiais militares disseram que não pretendem ir às manifestações, ao passo que 15% declararam que provavelmente não irão. Outros 5% ficaram no “talvez” e outros 6% não souberam responder.

Quando a mesma pergunta foi feita à população em geral, com outras profissões, 18% responderam que vão às ruas apoiar Bolsonaro com certeza e 47% disseram que não pretendem participar do ato.

A pesquisa ainda questionou se os entrevistados acham que policiais devem ter permissão para participar das manifestações do dia 7. Entre PMs, 40 responderam que “sim” e 47% disseram que “não”. Na população geral, essa divisão foi de 36% e 46%, respectivamente.

Um levantamento feito pelo mesmo instituto em abril mostrou que 71% dos PMs declararam ter votado em Bolsonaro no pleito presidencial de 2018. Desse total, 81% garantiram ainda estar satisfeitos com a escolha e 17% admitiram arrependimento.

Governadores

Um levantamento realizado pelo jornal “O Globo” mostra que os 27 governadores (incluindo o do Distrito Federal) se prepararam de diferentes formas para a possibilidade de PM participarem dos atos a favor de Bolsonaro.

Ao menos oito estão decididos a punir oficiais e praças que infringirem a lei, enquanto outros dez não deixam claro como agirão, sete não responderam e dois admitem que vão tolerar o engajamento, desde que os agentes não estejam de farda. O Rio Grande do Sul se enquadra nesse último caso.

A preocupação dos chefes dos Executivos estaduais tem se intensificado e se reflete em medidas como duas semanas atrás, quando João Doria (São Paulo) exonerou um comandante da Polícia Militar que usava redes sociais para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também convocava colegas para os atos desta terça-feira.

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