Gasparotto
- O neurocientista Ivan Izquierdo, gaúcho que a Argentina nos enviou, e um dos mais citados e respeitados especialistas da América Latina, foi o homenageado no Congresso Mundial do Cérebro, Comportamento e Emoções. Atualmente à frente do Centro de Memória do Instituto do Cérebro da PUC-RS, Izquierdo fez importantes pronunciamentos na sua área, com a inteligência e acuidade de raciocínio que lhe são peculiares.
- Faço parte do grande grupo que admira e está atento às declarações de Izquierdo, e li atentamente a entrevista concedida a Juliana Cunha, publicada pela “Folha de S.Paulo” no último sábado. Mesmo sendo “devoto” de Sigmund Freud, confesso que uma das respostas do pesquisador a respeito do mestre da psicanálise me fascinou.
- Ao responder à constatação da jornalista – “Mas muitos neurocientistas consideram Freud datado”, disse: “Toda teoria envelhece. Freud é uma grande referência, deu contribuições importantes. Mas a psicanálise foi superada pelos estudos em neurociência, é coisa de quando não tínhamos condições de fazer testes, ver o que acontece no cérebro. Hoje a pessoa vai me falar em inconsciente? Onde fica? Sou cientista, não posso acreditar em algo só porque é interessante. Para mim, a psicanálise hoje é um exercício estético, não um tratamento de saúde. Se a pessoa gosta, tudo bem, não faz mal, mas é uma pena quando alguém que tem um problema real que poderia ser tratado deixa de buscar um tratamento médico achando que psicanálise é uma alternativa”.