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Meteorito que caiu sobre uma casa nos Estados Unidos é 20 milhões de anos mais velho do que a Terra, revelam cientistas

O meteorito foi capaz de atravessar o telhado da casa e chegar na sala de estar, causando um buraco. (Foto: Universidade da Geórgia)

Uma pequena bola de fogo, do tamanho de um tomate-cereja, cruzou o céu do Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, em junho deste ano e caiu sobre a casa de um morador de McDonough, na região metropolitana de Atlanta. Agora, análises confirmaram trata-se de um meteorito antigo, com 4,56 bilhões de anos. Isso significa que o pedregulho espacial é 20 milhões de anos mais velho do que a própria Terra.

O geólogo planetário Scott Harris, da Universidade da Geórgia, analisou 23 gramas da rocha espacial, que foi entregue por um morador da comunidade de McDonough, no condado de Henry. Utilizando técnicas microscópicas, Harris e sua equipe determinaram que o meteorito pertence a um grupo originário do cinturão principal de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter. Eles também associaram o fragmento à quebra de um asteroide muito maior, ocorrida há cerca de 470 milhões de anos.

“Este meteoro em particular que entrou na atmosfera tem uma longa história antes de atingir o solo de McDonough”, afirma Harris, em comunicado. Ele destacou ainda que o morador da casa continua encontrando pequenas partículas de poeira espacial na sala de estar, resultado do impacto da rocha.

O estudo está sendo submetido para avaliação do comitê de nomenclatura da Sociedade Meteorológica dos Estados Unidos, que supervisiona a nomeação oficial de meteoritos. A proposta da equipe é batizar o fragmento como “Meteorito McDonough”.

Antes de chegar na sala de estar, os pesquisadores identificaram o bólido, a forma científica de dizer bola de fogo ou meteoro brilhante, entrando na atmosfera em velocidade cósmica, que chega a ser mais rápida que velocidade do som. Após chegar perto da Terra, a sua rapidez e tamanho diminuem.

“Quando eles encontram a Terra, nossa atmosfera é muito eficiente em desacelerá-los”, explica Harris. “Mas estamos falando de algo que tem o dobro do tamanho de um projétil calibre 50, viajando a pelo menos 1 quilômetro por segundo. É como correr 10 campos de futebol em um segundo.”

Apesar do morador, que preferiu ficar em anonimato, afirmar que ainda tem poeira espacial na sua sala, os pesquisadores conseguiram recuperar 23 gramas dos cerca de 50 gramas do impacto. Com as análises microscópicas, revelaram que se trata de um condrito comum de baixo metal (L), um tipo de meteorito primitivo formado há 4,56 bilhões de anos na presença de oxigênio.

Este é o 27º meteorito já recuperado no estado da Geórgia, fundado em 1788, e apenas o sexto cuja queda foi testemunhada por moradores. Harris ressaltou que, apesar de quedas como essa serem raras no passado, a combinação da tecnologia moderna com a atenção do público tem permitido a recuperação de um número cada vez maior de meteoritos.

Além do valor científico, analisar essas rochas espaciais é fundamental para monitorar potenciais ameaças vindas do espaço. “Um dia, algo grande pode atingir a Terra e causar uma catástrofe”, alertou Harris. “Nosso objetivo é entender esses objetos para que possamos nos proteger.” As informações são da revista Galileu.

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