Pela primeira vez em 25 anos, a população de Mianmar votou neste domingo (8) para eleger seus governantes. A expectativa é de que o partido de oposição, liderado por Aung San Suu Kyi, tenha a maioria dos cerca de 30 milhões de votos.
A comissão responsável pelo pleito anunciou que a participação “chegou a 80%”. O anúncio dos resultados, no entanto, pode levar vários dias por conta da dificuldade de contagem em regiões mais remotas. A atenção da mídia se concentra em Suu Kyi, que passou mais de 15 anos em prisão domiciliar e, aos 70 anos, votou pela segunda vez em seu país.
Vestida de vermelho, a cor de seu partido (Liga Nacional para a Democracia, a LND), depositou a cédula na urna, bem cedo, em uma escola de Rangum, rodeada por centenas jornalistas do mundo todo. Aclamada por seus simpatizantes aos gritos de “vitória”, Aung San Suu Kyi saiu sem dar declarações à imprensa.
O presidente Thein Sein votou em Naypyidaw, a capital administrativa. Seu partido, o USDP, formado por ex-generais, é o principal rival da LND. Durante as últimas eleições consideradas livres, em 1990, a comissão permitiu que a LND participasse e vencesse. Mas os resultados não foram reconhecidos e Aung San Suu Kyi, então em prisão domiciliar, não pôde votar.
A atual eleição está sendo considerada uma prova do êxito da transação democrática iniciada há quatro anos, com a dissolução da Junta Militar, que governou o país com mãos de ferro desde 1962.
Mianmar está localizada no sudeste asiático, fazendo fronteira com China, Tailândia, Laos, Bangladesh e Índia, e conta com uma população de aproximadamente 51 milhões de habitantes.
