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Michel Temer cancelou duas viagens internacionais, para evitar que os presidentes da Câmara e do Senado também tivessem que sair do País, por causa da legislação eleitoral

Eunício Oliveira (Senado), Michel Temer e Rodrigo Maia (Câmara). (Foto: Beto Barata/PR)

O presidente Michel Temer decidiu cancelar duas viagens internacionais que faria nas primeiras semanas de agosto – uma para a Colômbia e outra para o Paraguai. Ele viajaria para a posse dos novos presidentes destes países mas desistiu da viagem para evitar que os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), tenham que sair do País novamente.

De acordo com a ordem sucessória, na ausência de um vice-presidente, quem deveria assumir seria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ou o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), respectivamente. No entanto, tanto Maia quanto Eunício irão se candidatar nas eleições de outubro, fato que os impede, pela legislação eleitoral, de assumir um cargo do Executivo seis meses antes do pleito.

Desde abril, Temer fez quatro viagens internacionais para cumprir compromissos oficiais. Com isso, Maia e Eunício também tiveram que sair do país em todas essas situações, fazendo com que a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, próxima na linha sucessória, assumisse o cargo.

Temer programava viajar para a Colômbia, no dia 7, para participar da posse de Iván Duque, eleito em junho. Na semana seguinte ele iria ao Paraguai, no dia 15, acompanhar a posse de Mário Abdo Benítez.

Críticas

Em encontro com empresários na capital paulista, Michel Temer rebateu críticas que têm sido feitas por presidenciáveis contra as reformas aprovadas durante sua gestão. Para o presidente, candidatos têm dito “barbaridades” ao proporem a revogação de medidas como o teto de gastos e mudanças na lei trabalhista, consideradas por ele como um “legado” de seu governo.

“O meu maior desejo nesse momento é que não venham cortar aquilo que foi começado. Precisamos de continuidade”, afirmou o presidente, ao discursar para uma plateia de empresários na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Em um discurso de cerca de 40 minutos, Temer fez questão de fazer algumas “recomendações” aos candidatos ao Planalto. Ele disse, por exemplo, que o próximo presidente precisará de “diálogo” e de “concórdia” para governar com o congresso. Em seguida, ainda fez uma referência a ex-presidenta Dilma Rousseff, ao dizer que as gestões que tentaram governar sem o apoio do Congresso Nacional não foram adiante.

“Se você não governar com o Congresso Nacional, você não governa. E nós estabelecemos um diálogo produtivo. Eu digo para que os nossos pré-candidatos se conscientizem disso até para evitar umas barbaridades que eles dizem”, frisou o emedebista, cujo governo tem sido questionado pela oposição por liberar emendas a parlamentares em troca de apoio em datas próximas a votações importantes.

O presidente lamentou que a reforma da Previdência não tenha sido aprovada porque, na sua avaliação, cortava “alguns privilégios”. Ele frisou que os presidenciáveis devem se preparar para enfrentar as mudanças nessa legislação:

“A reformulação da Previdência saiu da pauta do Llegislativo, mas eu coloquei na pauta política. Nenhum candidato que chegar no ano que vem pode dizer que não vai fazer a reforma da previdência porque há um déficit monumental”.

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