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Michel Temer diz que leilão das hidrelétricas mostra resgate da confiança no Brasil

"Leilão rendeu R$ 12,13 bilhões, acima da expectativa do mercado", registrou Temer. (Foto: Divulgação)

Após o leilão de quatro usinas hidrelétricas operadas pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) alcançar um valor acima do mínimo previsto pelo edital, o presidente Michel Temer usou, nesta quarta-feira (27), o Twitter para comemorar o
negócio. Na avaliação do presidente, o leilão mostra que houve um resgate da confiança no Brasil.

“Nós resgatamos definitivamente a confiança do mundo no Brasil. Leilão das usinas da Cemig rendeu R$ 12,13 bilhões, acima da expectativa do mercado”, registrou Temer na rede social. O leilão foi realizado na Bolsa de Valores, na capital paulista. O primeiro lote, da hidrelétrica de São Simão, em Goiás e Minas Gerais, foi arrematado pelo grupo chinês Spic Pacif Energy PTY, única proposta oferecida, por R$ 7,18 bilhões, ágio de 6,51%.

Venceu a disputa pelo segundo lote, referente à hidrelétrica Jaguara, em Minas Gerais e São Paulo, o consórcio Engie Brasil Minas Geração, por R$ 2,17 bilhões, ágio de 13,59%. O Consórcio Engie também arrematou o terceiro lote, da hidrelétrica
de Miranda, Minas Gerais, por R$ 1,36 bilhão, ágio de 22,42%.

O último lote, de Volta Grande, em Minas Gerais e São Paulo, foi arrematado pela Enel Brasil, com ágio de 9,84% e valor de R$ 1,4 bilhão. Todos os contratos têm prazo de 30 anos. O montante arrecadado será usado pelo governo para tentar fechar as contas deste ano, com o deficit previsto de R$ 159 bilhões.

Câmara

O vice-presidente da Câmara e coordenador da bancada mineira, o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) fez duras críticas ao governo Michel Temer, em uma nota divulgada nesta quarta-feira (27), reclamando da decisão do Executivo federal de leiloar quatro usinas hidrelétricas que eram operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). No comunicado, Fábio Ramalho – que é do mesmo partido de Temer – afirmou que o governo federal “só pensa em bancos”.

“Estamos diante de um governo que só pensa nos bancos. Temos um ministro que só pensa em banco e como eles vão continuar a ganhar dinheiro”, escreveu Fábio Ramalho em trecho da nota divulgada após a realização do leilão na sede da Bovespa, em São Paulo.

“O governo ficou refém da equipe econômica, principalmente do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que além de não ter cumprido com a sua palavra, no último instante (na terça, às 15h) fez exigência adicional: uma carta fiança específica para a usina de Miranda, uma demanda impossível de ser cumprida em um prazo tão exíguo”, enfatizou Ramalho.

Em uma entrevista coletiva concedida após a divulgação da nota, Fábio Ramalho disse que o episódio deixa a bancada mineira “abalada” e que irá pensar “duas vezes” antes de votar com o governo.

Depois, ele foi ao plenário e, aos gritos, fez um discurso inflamado no microfone, cobrando “respeito” do governo federal com Minas Gerais. E repetiu: “Não temos compromisso de votar com o governo”.

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