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Michel Temer diz que não vê “clima” para impeachment contra Bolsonaro e afirma que o foco precisa ser o combate à pandemia

O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), disse que um processo de impedimento “pararia o País”. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), afirmou na manhã desta segunda-feira (3) que “não vê clima” para a instalação de um impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já que um processo de impedimento “pararia o País”. As falas foram dadas à Rádio Bandeirantes.

Temer ressaltou que não busca desvalorizar a comissão parlamentar de inquérito, mas que tem dúvidas sobre a sua utilidade pois cria-se instabilidade. “Para combater a pandemia tem que ter o presidente da República coordenando o trabalho de governadores, o Congresso Nacional junto”, avaliou Michel Temer.

Na avaliação do ex-presidente, não há clima para o impeachment, pois, “se uma CPI já cria tumulto, atrapalha a concepção de como se deve governar, imagina um processo de impedimento. O primeiro passo é criar uma comissão de 30 ou 40 dias para examinar o assunto, aqui você já para o país. Depois vai a plenário, vai ao Senado… E o país continua parado. Será que estamos em condições disso, em meio à pandemia? Posso ser contestado, mas o ideal seria esperar as próximas eleições”.

Questionado sobre uma possível disputa à corrida presidencial nas eleições do ano que vem, Temer revelou que “só responderia em 2022, mas não passa pela minha cabeça”.

Requisitos necessários

Questionado nesta segunda-feira sobre os pedidos de impeachment do presidente Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que tem que assumir um papel de neutralidade. Ele disse que pretende assumir as mesmas posições do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que não encontrou nos pedidos de impeachment os requisitos necessários para abrir o processo.

“Não posso pautar um pedido e achar que ele preenche os requisitos necessários para, depois, no Plenário, não ter votos, não ter mobilização de rua ou circunstâncias externas que mobilizem”, disse Lira.

No último dia 27, Lira já havia criticado a pressão da oposição para que decida sobre os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Durante a sessão do Plenário, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) cobrou Lira por ter dito há alguns dias que 95% dos pedidos eram improcedentes, ao que o presidente da Câmara respondeu: “Não cabe a esta Casa, neste momento, instabilizar uma situação por uma conveniência política de A ou de B. O tempo é o da Constituição na conveniência e na oportunidade. Os pedidos de impeachment em 100% – não 95% –, 100% dos que eu já analisei são inúteis para o que entraram e para o que solicitaram.”

Lira reafirmou também que o ex-presidente Rodrigo Maia passou dois anos na presidência da Câmara sem se manifestar sobre os mais de 60 pedidos de impeachment que haviam sido protocolados. As informações são do site IG e da Agência Câmara de Notícias.

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