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Michel Temer e seus 94% de reprovação

Essa altíssima reprovação do presidente Temer tende ainda a piorar. (Foto: AFP)

Uma pesquisa realizada neste mês de julho pela Ipsos divulgou que numerosos 94% dos brasileiros desaprovam o atual presidente da República, Michel Temer. O número é recorde quando comparado ao dos demais políticos na berlinda das investigações policiais, tais como Aécio Neves, com 90% de desaprovação, e Eduardo Cunha, com 93%. Outro dado que traduz o desespero em que a população brasileira se encontra é que 95% dos entrevistados julgam que o país está no rumo errado. É obvio que está. Pense na riqueza que poderia ser gerada neste país e que é desperdiçada todos os dias com o massacre sofrido pelos empreendedores, tal o volume de encargos e obrigações que devem ser cumpridas para dar emprego por aqui. Ser empreendedor no Brasil é coisa de super-herói. Atualmente leva-se em média mais de cem dias para conseguir abrir uma empresa, e, de cada dez abertas, seis não sobrevivem após cinco anos de atividade, segundo pesquisa do IBGE. O International Business Report aloca o Brasil em terceiro lugar no tocante a quantidade de atividades burocráticas para quem empreende. Um país que não incentiva o empreendedor só pode conseguir aumentar sua arrecadação aumentando impostos, como de fato foi o que aconteceu recentemente com os combustíveis. Aumento de imposto significa mais dinheiro mal aplicado na mão na máquina pública e menos dinheiro circulando no supermercado, na padaria, na loja de roupas, ou seja, na sua mão. Então essa altíssima reprovação do presidente Temer tende ainda a piorar, pois ele definitivamente não está disposto a “olhar para dentro” e fazer o que os empresários fazem constantemente em suas companhias – “cortar na própria carne”. Eles não sabem governar de outra forma; a incompetência de gestão resume-se a governar liberando bilhões de reais em emendas para seus aliados, justo em um momento em que o rombo nas contas públicas e a estimativa de déficit primário ultrapassam a meta fiscal para este ano. É, definitivamente, já que vamos pagar a conta, só nos resta aumentar os 94%.

Theodora Cioccari, empresária e associada do IEE

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