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Michel Temer ganha fôlego na Presidência da República com a permanência dos partidos PSDB, DEM e PPS na base aliada

Michel Temer recebeu os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco no Palácio do Jaburu no domingo. (Foto: AE)

Após uma avalanche de notícias negativas devido às acusações da delação premiada da JBS, o presidente Michel Temer conseguiu dar certa demonstração de força ao reunir importantes aliados no Palácio da Alvorada no domingo (21) à noite. Depois do encontro, que reuniu 17 ministros, 23 deputados e seis senadores de diversos partidos, alguns dos participantes afastaram o risco de debandada da base aliada.

Mais cedo, PSDB, DEM e PPS já haviam cancelado uma reunião, prevista para domingo de tarde, em que discutiriam a possível saída do governo. Participaram do encontro com Temer no Alvorada, por exemplo, os ministros tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), assim como o novo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati.

Do PPS, esteve presente o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Já o DEM foi representado pelo presidente do partido, senador Agripino Maia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o líder da bancada na Câmara, deputado Efraim Filho.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB) também participou e, junto com Rodrigo Maia, manifestou lealdade e compromisso com a pauta do governo no Congresso.

Já Temer voltou a repetir no encontro que não pretende renunciar. “O resultado foi extremamente positivo para mostrar que o presidente tem base e tem estabilidade no Congresso Nacional”, disse à Efraim Filho. “Não estamos cogitando sair (do governo)”, acrescentou.

A declaração indicou uma mudança de tom após a reunião. Mais cedo, no domingo de tarde, Efraim havia dito que o partido ainda iria aguardar os próximos dias para avaliar a permanência no governo. O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também manifestou confiança na união da base e disse que a reunião serviu para todos os partidos manifestarem seu compromisso com o avanço das reformas no Parlamento.

 

Apesar dessas declarações, há dissidentes dentro desses partidos que, diante de denúncias graves contra o presidente, devem continuar pressionando pela saída do governo. Um dos desdobramentos mais aguardados é o resultado da perícia que está sendo feita pela Polícia Federal para detectar se houve ou não edição na gravação divulgada da conversa entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista.

Nesse domingo (21), a PF disse que não há prazo para concluir a perícia e solicitou ao ministro do STF Edson Fachin acesso ao gravador usado por Batista. Segundo a polícia, a análise do equipamento é fundamental para que se possa avaliar a integridade do áudio.

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