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Michel Temer se irrita com o presidenciável e ex-ministro Henrique Meirelles por não defendê-lo

Meirelles (E) não parece entusiasmado com a ideia de encostar sua candidatura na impopularidade de Temer (D). (Foto: Alan Santos/Presidência da República)

Michel Temer está irritado com Henrique Meirelles, o presidenciável do MDB. Alheio à sua própria radioatividade, Temer se queixa de que seu ex-ministro da Fazenda não o defende dos ataques dos outros candidatos ao Planalto. Reprovado por oito em cada dez brasileiros, o presidente cobra “lealdade” de Meirelles.

O mais provável é que a irritação de Temer aumente, pois Meirelles não parece entusiasmado com a ideia de encostar sua candidatura na impopularidade de Temer. Segundo o Datafolha, 92% do eleitorado declara que jamais votaria num candidato apoiado pelo atual inquilino do Planalto.

Impopularidade

Sem popularidade para aparecer em palanques e limitado pela legislação, Temer viu diminuir em 48,3% as reuniões com parlamentares desde 7 de julho, quando começou o período eleitoral.

Um levantamento do UOL verificou que de 1º de janeiro a 6 de julho deste ano, Michel Temer teve 508 audiências com deputados federais e senadores. Entre 7 de julho e 12 de agosto, foram 52 encontros. Considerando-se a quantidade de dias em cada período analisado – 187 e 37, respectivamente – e a média de audiências por dia, os parlamentares diminuíram em 48,3% as idas ao gabinete no Palácio do Planalto.

Cabo eleitoral

A situação do presidente como fiador de “pupilos” no pleito deste ano se difere drasticamente da de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010. Naquele ano, Lula era o principal personagem por trás da campanha de Dilma Rousseff (PT) ao Planalto. Lula contava com 87% de aprovação – seu recorde de popularidade –, segundo pesquisa Ibope à época.

Neste ano, o presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, por exemplo, tem se apresentado como candidato da “própria história” e cita com frequência o fato de ter comandado o Banco Central durante o governo de Lula. Quando afirma ter sido ministro da Fazenda, nem sempre fala no atual mandatário.

Até os ex-ministros de Temer têm evitado se vincular à presente gestão. Eles costumam defender o trabalho realizado à frente das pastas como bandeira preponderante. No entanto, a maioria exclui o nome do ex-chefe dos discursos.

Envolvido em investigações que apuram supostos esquemas de corrupção e alvo de duas denúncias pela PGR (Procuradoria-Geral da República) a serem retomadas após o fim do mandato, Temer conta com o pior percentual de avaliação do governo de um presidente desde que teve início a série histórica do Ibope, em 1986, no governo José Sarney (MDB).

De acordo com pesquisa Ibope de 28 de junho, 79% dos entrevistados classificaram a atual gestão como ruim ou péssima. Entre os entrevistados, 4% avaliaram o governo Temer como ótimo ou bom, 16% como regular e 1% disseram não saber ou não responderam. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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