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Microsoft, Goldman Sachs, Exxon Mobil e outros gigantes corporativos americanos abriram guerra à decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo climático

(Foto: Reprodução)

O que têm em comum o ícone da tecnologia Microsoft, os banqueiros do Goldman Sachs e a superperfuradora de poços de petróleo Exxon Mobil? Unidas a outros gigantes corporativos americanos, elas abriram guerra à decisão do presidente Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris, maior avanço no combate às mudanças climáticas já feito pela Humanidade. Porém, a decisão expressa muito, mas muito mais do que compromisso com o meio ambiente.

De investimentos já avançados às pressões de acionistas e consumidores, passando pela necessidade de recursos naturais e a própria sobrevivência, há fortes razões para que as companhias mirem a chamada economia de baixo carbono. Um mercado de fontes de energia, máquinas, equipamentos, veículos, softwares e soluções tecnológicas avançadas que, para início de conversa, movimenta pelo menos US$ 1,4 trilhão — o dobro do setor aéreo, ou praticamente o que o Brasil gera de riquezas durante um ano.

“Estamos desapontados com a decisão da Casa Branca de retirar os EUA do histórico e mundialmente endossado Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Acreditamos que continuada participação dos EUA (nesses esforços) beneficia os negócios e a economia dos EUA de várias e importantes maneiras. Um arcabouço global fortalece a competitividade das empresas americanas. Cria novos mercados para tecnologias limpas inovadoras, da geração (de energia) verde aos smart grids (redes inteligentes) às soluções de armazenamento na nuvem. E, ao fortalecer uma ação global no longo prazo, o Acordo reduz os danos futuros do clima às pessoas e às organizações em todo o mundo”, escreveu Brad Smith, chefão mundial da área jurídica da Microsoft.

As grandes empresas americanas — que são multinacionais — estão reagindo a Trump porque o Acordo de Paris é vantajoso economicamente e tem amplo apoio da opinião pública, dentro e fora dos EUA. Uma posição ou plano de negócio hoje que ignore a causa ambiental pode literalmente causar prejuízo, tanto de imagem quanto financeiro, uma vez que a maioria das grandes empresas é listada em Bolsa de Valores e portanto presta contas aos seus acionistas. (Lucianne Carneiro/AG)

 

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