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Microsoft reinou sozinha com o seu Windows nos computadores pessoais. Mas aí o Google decidiu apostar: o seu Android já está presente em 83% dos celulares ao redor do mundo

Gigante da internet vem dando as cartas nas principais tendências mundiais. (Crédito: Reprodução)

Entre os anos 1980 e 1990, a Microsoft reinou sozinha com o seu Windows nos computadores pessoais. Na virada do século, a Apple tomou a dianteira das inovações tecnológicas com seu iPod e a criação de um sistema próprio de navegação, lista que cresceu com iPhone e iPad nos anos seguintes, colocando a companhia em patamar acima dos principais concorrentes.

Mas aí o Google decidiu apostar em um ecossistema próprio, de olho no mundo móvel: em nove anos, o seu Android já está presente em 83% dos celulares ao redor do mundo. Com uma base de centenas de milhões de usuários, o gigante da internet vem dando as cartas nas principais tendências mundiais, dizem os especialistas, como realidade virtual, inteligência artificial e a chamada internet das coisas.

A percepção de que a Apple vem perdendo espaço na corrida tecnológica ganhou força há algumas semanas, quando a companhia lançou o iPhone 7. Embora conte com melhorias em seu processador e em sua câmera, o aparelho não trouxe as inovações esperadas pelo mercado e pelos aficionados da marca. Apesar de o volume de venda do novo modelo estar quatro vezes superior ao da versão 6 nas operadoras dos EUA, a falta de novidades tem afetado as vendas gerais do celular da companhia, que apresentou queda de 9% nos últimos nove meses, para 166,3 milhões de unidades.

Sistema operacional.

No centro da disputa entre Apple e Google está o sistema operacional. As plataformas são diferentes: o iOS, criado pela empresa de Steve Jobs, é fechado e funciona apenas em seus próprios aparelhos. O Android, do Google, é aberto e recebe interações de fabricantes de celulares e até de operadoras de telefonia móvel, funcionando, assim, em quase todas as marcas do mundo. Considerado o divisor de águas para o gigante da internet, o sistema vem permitindo ao Google ampliar seu domínio no mundo móvel, liderando a corrida para outros setores além do celular.

Aquisições.

Para ampliar seu domínio e estar à frente de novas soluções, a holding que controla o Google, a Alphabet, vem apostando em aquisições. Desde o ano passado, foram 24 compras nos mais variados setores, como o Waze (aplicativo de trânsito e navegação), Orbitera (um software de cloud computing), Apigee (produtora de software), Moodstocks (reconhecimento facial) e Synergyse (tutoriais interativos), entre outros.

O Google vem investindo em projetos diversos, como a realidade virtual e a tecnologia 3D. Um trunfo da companhia é a “pesquisa”. Por isso, a virada da empresa é um somatório de fatores.

Segundo os especialistas, é difícil definir um período em que uma empresa consegue se manter no topo da cadeia da inovação. Por exemplo, nomes como Motorola, Nokia e BlackBerry não conseguiram se manter na indústria justamente porque não tinham um ecossistema, não conseguindo ir além de seus aparelhos.

É um desafio saber o momento exato de fazer a ruptura e diversificar, conforme especialistas. O Google é um polvo, com tentáculos parecidos com o que a Microsoft fez no passado, com e-mail, navegador. Já a Apple era dependente de Steve Jobs, que era um designer. E as pessoas pagam pelo design.

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