O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (12) que está em implementação uma Rede Nacional de Sequenciamento Genético para investigar mutações e diferentes linhagens do Covid-19 em circulação no Brasil.
Segundo a pasta, a rede está sendo implementada nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública dos Estados (LACEN),e tem o objetivo, em uma fase piloto, de sequenciar 1.200 amostras do vírus nos Estados e Distrito Federal.
O secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Arnaldo Medeiros, disse que a rede tem a intenção de acelerar a investigação das mutações do vírus da Covid-19.
“A vigilância e o acompanhamento dessas mutações nos ajudará na resposta do SUS para o controle da pandemia no país e para entender cada vez mais o comportamento do vírus”, disse, em evento virtual sobre vigilância genômica que contou com representantes dos institutos Fiocruz, Evandro Chagas e Adolf Lutz.
A rede de sequenciamento, que envolve quatro laboratórios de referência (Instituto Adolfo Lutz/SP, Instituto Evandro Chagas/PA, LACEN Bahia e LACEN Minas Gerais), pode também ajudar o país a combater novas ameaças, segundo comunicado da pasta.
“As informações coletadas através desta técnica servem como subsídio para a construção de orientações técnicas e políticas públicas eficientes de combate a propagação do vírus”, disse o comunicado.
O ministério acrescentou que outros laboratórios públicos e privados também realizam sequenciamentos, mas dentro de suas linhas de pesquisa.
As variantes
Quase um ano após o início da pandemia de Covid-19, a questão das mutações ganhou força. Novas variantes capazes de se espalhar mais rapidamente estão surgindo e levando a questionamentos inevitáveis sobre até que ponto podem tornar as vacinas recém-aprovadas menos eficazes.
Até o momento, há poucas evidências de que isso possa acontecer, mas os cientistas já estão começando a analisar como o vírus sofrerá mutação no futuro – e se poderão ser capazes de evitar isso.
Pesquisadores encontraram 16 outras mutações que alteraram as proteínas virais que haviam codificado, incluindo várias na proteína spike. O que eles descobriram foi uma nova linhagem do vírus da Covid-19 que sofreu várias mutações em um período de tempo relativamente curto.
E chamaram a nova linhagem de B117 – a variante britânica da Covid-19, também conhecida como VOC 202012/01 no fantástico mundo das nomenclaturas do coronavírus. Ela deixou um rastro por todo o Reino Unido e se espalhou para 50 outros países em meados de janeiro.
O surgimento dessa nova variante – que se estima ser 50%-75% mais transmissível do que a versão original do vírus – junto a outras que estão sendo detectadas agora, como as variantes sul-africana e brasileira, revelou como o coronavírus está sofrendo mutações à medida que a pandemia avança.
