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Ministério da Saúde suspende entrega de mais de 2 milhões de doses de vacinas contra o coronavírus por causa dos atos de 7 de Setembro

Os atrasos nas entregas do ministério tem motivado constantes queixas dos secretários de Saúde. (Foto: Fernando Brito/MS)

A secretaria Especial de Enfrentamento à Covid (Secovid) do Ministério da Saúde enviou aos secretários e gestores estaduais de todo o Brasil um aviso na noite de segunda-feira (6) informando que as entregas de vacinas estariam suspensas nesta terça, 7 de setembro, e nesta quarta, 8, em razão das manifestações a favor de Bolsonaro, que de fato ocorreram nessa terça, feriado do Dia da Independência.

Em números, os protestos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro atrasaram a entrega de mais de 2,6 milhões de doses que havia sido prevista para esses dois dias nas chamadas pautas de vacinas, planilhas entregues pelo próprio ministério aos Estados.

As pautas, que especificam quantas doses serão embarcadas pela Saúde em que dias, mostraram que quase todos os Estados foram afetados pela suspensão.

As doses represadas por causa dos atos se juntam às 9,9 milhões que já estavam pendentes de distribuição, segundo o site de monitoramento “Quantas doses”, mantido pelo jornalista de dados e desenvolvedor Apolinário Passos e usado como referência pelos próprios gestores.

Os lotes que estavam previstos para esta terça e quarta-feira tem uma particularidade: são todos da Pfizer, únicas usadas na imunização de adolescentes, por exemplo.

Os atrasos nas entregas do ministério tem motivado constantes queixas dos secretários de Saúde. No Rio de Janeiro, o calendário de vacinação para adolescentes já foi atrasado em seis dias por falta de doses, mas a prefeitura informou que ainda tem doses para manter a vacinação até quinta-feira (9).

Houve problemas também na liberação de doses da Coronavac junto à Anvisa pelo Butantan, e essas vacinas também continuam retidas.

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