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Ministério Público de Goiás faz nova denúncia contra João de Deus por estupros cometidos com a ajuda de guias de turismo

João de Deus está preso há mais de um ano e nega os crimes.(Foto: Reprodução de TV)

O MP-GO (Ministério Público de Goiás) denunciou João de Deus, pela 12ª vez, por crimes sexuais durante atendimentos espirituais em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Desta vez, dois guias de excursão também foram responsabilizados por estupros cometidos contra duas turistas do Rio Grande do Sul.

“Os guias eram coniventes e atuavam energicamente para que elas não interrompessem o ‘tratamento’. Chegavam a dizer que eles também já tinham passado por este processo de ‘cura’, mas que era praticado por outro homem e não João Faria”, relata a promotora de Justiça Renata Caroliny Ribeiro e Silva.

João de Deus está preso há mais de um ano e nega ter cometido os crimes. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa do acusado, mas as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.

A 12ª denúncia foi feita ao Poder Judiciário no dia 26 de dezembro, mas divulgada apenas nesta segunda-feira (13). A juíza Rosângela Rodrigues afirmou que recebeu o documento, mas, por enquanto, não vai se pronunciar sobre o caso, pois corre segredo de Justiça.

Vítimas do Rio Grande do Sul

A investigação apontou que os abusos citados na denúncia aconteceram ente janeiro de 2009 e janeiro de 2011. As vítimas tinham, à época, entre 20 e 28 anos. De acordo com a promotora, os guias denunciados tinham um relação próxima a elas e trabalhavam com excursões de fiéis do Rio Grande do Sul para Abadiânia. As viagens aconteciam mensalmente.

A denúncia diz que, durante as excursões, as vítimas reportavam aos guias os abusos que aconteciam dentro da casa Dom Inácio de Loyola. Porém, eram orientadas de que tudo fazia parte do tratamento espiritual.

“Eles diziam que as ejaculações poderiam ser muito mais fortes que centenas de cirurgias espirituais que essas vítimas poderiam realizar”, disse a promotora. De acordo com Renata, com esta denúncia, o MP-GO abre uma nova etapa de apurações que pretende chegar a uma rede de proteção ligada a João de Deus.

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