Os assessores do gabinete do deputado estadual Mário Jardel serão ouvidos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP (Ministério Público) estadual nesta terça-feira (1º). O objetivo é ampliar as investigações da Operação Gol Contra.
Lançada nesta segunda-feira (30), a operação apreendeu documentos, celulares e notebooks em cumprimento de mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado na Assembleia Legislativa, bem como nas residências dele, da mãe e do irmão, além do endereço do chefe de gabinete Roger Antônio Foresta, e das assessoras fantasmas Ana Bela Menezes Nunes e Flávia Nascimento Feitosa. O deputado assinou um Termo Circunstanciado pela posse de drogas junto à Brigada Militar.
O deputado Jardel está suspenso, por decisão do TJ (Tribunal de Justiça) a pedido do MP, por 180 dias do exercício da função pública. Nos próximos dias, o material apreendido será analisado, os depoimentos serão cruzados com os documentos e será oferecida a denúncia ao TJ.
Até o momento, foram detectados os crimes de peculato – desvio de verbas -, concussão – exigência de parte dos salários de servidores -, lavagem de dinheiro – pagamento do aluguel do irmão e da mãe, cartão de crédito da esposa do parlamentar – e fraude documental – notas fiscais e documentos da Assembleia falsificados.
“O Parlamento gaúcho e o Presidente Edsom Brum, especialmente, agiram com a maior transparência possível, franqueou todas as possibilidades de acesso à Assembleia Legislativa, que foi absolutamente colaborativa em todos os momentos em que precisamos, seja no encaminhamento do cumprimento da suspensão, bem como nas buscas no Gabinete do Parlamentar”, ressaltou o Procurador-Geral de Justiça, Marcelo Dornelles.
Sobre as investigações, o Procurador-Geral lembrou que “nós fomos apreendendo uma gama de coisas que a cada dia nos surpreendiam”. Sobre a suspensão do exercício da função pública, Dornelles esclareceu que a medida se tornou necessária para cessar o desvio de dinheiro público e a extorsão dos funcionários, bem como para que os depoimentos sejam dados livremente.
Participaram da Operação Gol Contra, ainda, o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen; o Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Luciano Vaccaro; o Coordenador do Gaeco Reginaldo Freitas e o Coordenador do SISCrim, Diego Rosito de Vilas.
Veja a entrevista coletiva da Operação Gol Contra: