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Ministério Público Federal afirma que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral recebia “mesadas” de empreiteiras em troca de contratos

Segundo o MPF, Cabral chefiava uma organização criminosa (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral recebia “mesadas” entre R$ 200 mil e R$ 500 mil de empreiteiras em troca de contratos, segundo procuradores da Operação Lava-Jato. Cabral foi preso nesta quinta-feira (17) na Operação Calicute, por suspeita de desviar recursos de obras feitas pelo governo estadual com recursos federais. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 220 milhões.

Conforme o MPF (Ministério Público Federal), Cabral chefiava a organização criminosa e chegou a receber R$ 2,7 milhões em espécie da empreiteira Andrade Gutierrez, por contrato em obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). O esquema também envolvia lavagem de dinheiro por meio de contratos falsos com consultorias e por meio da compra de bens de luxo.

“Há fortes indícios de cartelização de obras executadas com recursos federais, mediante o pagamento de propina a funcionários e a Sérgio Cabral”, disse Lauro Coelho Junior, procurador do MPF no Rio de Janeiro, em entrevista coletiva.

Segundo o procurador, os pagamentos de mesada a Cabral ocorreram entre 2007 e 2014. “Em relação à Andrade Gutierrez, foi firmado que havia o pagamento de mesada de R$ 350 mil, isso pago por pelo menos um ano. Em relação à Carioca Engenharia, o pagamento de mesada foi de R$ 200 mil no primeiro mandato, e no segundo mandato de Sérgio Cabrail, essa mesada subiu para R$ 500 mil por mês.”

Coelho Junior afirmou que a Andrade Gutierrez pagou pelo menos R$ 7,7 milhões em propina, e a Carioca Engenharia desembolsou pelo menos R$ 32,5 milhões. Além de Cabral, outras sete pessoas tinham sido presas até as 8h15. O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva, um expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, e outro pelo juiz Sérgio Moro, em Curitiba. (AG)

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