Ícone do site Jornal O Sul

Ministra Gleisi Hoffmann considera que não há maioria no Congresso para aprovar o projeto de anistia

Para Gleisi, o governo está, sim, mostrando aos deputados a "gravidade politica, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto". (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o governo vai “encarar” no Congresso o debate envolvendo o projeto de lei que trata da anistia a condenados do 8 de Janeiro. Em sua avaliação, porém, a defesa do tema ficou enfraquecida, especialmente depois da baixa adesão popular registrada no ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio, no domingo da semana passada.

“Somos contra a anistia, esse debate nós vamos encarar e não pode ter ( aprovação), porque o que aconteceu no País foi muito sério”, disse a ministra durante entrevista à TV Fórum, na sexta-feira. “A tentativa de golpe deles foi muito séria, não foi uma brincadeira, não, culminou no 8 de Janeiro.”

Para Gleisi, não há maioria para votar o projeto. “Especialmente depois da manifestação que Bolsonaro chamou no Rio de Janeiro, acho que enfraqueceu bastante essa posição no Congresso”, afirmou. “Mas é óbvio que vão tentar votar, fazer obstrução (de pauta). Não conseguem fazer obstrução sozinhos, só o PL, teria que ter apoio de outros partidos, mas é a tentativa que vão fazer.”

O Projeto de Lei 2.858/2022, de autoria do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), trata de uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas e reuniu outras propostas semelhantes que foram apresentadas na Câmara. É o texto mais avançado no Legislativo hoje. O projeto pode beneficiar Bolsonaro, já que diz que pessoas que participaram de eventos antes ou depois de 8 de janeiro de 2023 que tenham conexão com os atos daquele dia também são alcançadas pelo perdão.

O PL, partido de Bolsonaro, avalia que já tem os votos para aprovar a proposta. Por ser um projeto de lei, é necessário ter o apoio da maioria da Casa, que tem 513 deputados.

Em outra entrevista, concedida à CNN Brasil, Gleisi disse ser a favor de que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, tenha um “cargo honorífico” no governo Lula. “Defendo, sim, que (Janja) tenha um cargo honorífico, (então) ela não vai receber nada, seja isso legalizado, porque é importante até que ela possa prestar contas, falar… Não vejo problema nenhum”, afirmou a ministra.

“Acho que é importante ela ter condições de atuar. Ela é a companheira do presidente da República, ela tem um peso social importante”, completou Gleisi. “Não vejo problema nenhum ela ter essa atuação pública e acho importante essa destinação de um cargo honorífico para a primeira-dama.”

Na entrevista para a TV Fórum, questionada sobre a atuação do Banco Central, Gleisi afirmou que “ainda é crítica à política monetária apertada” e “errada” conduzida pela instituição. Segundo a ministra, há uma distância entre a posição do governo federal e o que foi decido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do órgão, que nesta semana elevou a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, para 14,25%.

“Espero que, a partir de agora, o Banco Central possa efetivar a política monetária de acordo com realidade da economia”, declarou. (Estadão Conteúdo)

Sair da versão mobile