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Ministro Alexandre de Moraes nega pedido de policial federal encarregado de prendê-lo

Nos áudios, Soares afirma que fazia parte de uma “equipe de operações especiais“, armada e pronta para agir em defesa de Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou pedido da defesa do policial federal Wladimir Matos Soares que solicitava o adiamento do julgamento agendado para a próxima semana. Denunciado por conta do plano golpista, o acusado teve materiais com áudios nos quais cita um grupo armado que desejava prender ministros do STF e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após a divulgação dos áudios, a defesa do policial argumentou que fatos novos foram juntados aos autos. Diante disso, na última quinta-feira (15), solicitou o adiamentos dos julgamentos “tendo em vista a necessidade de complementar a resposta à denúncia, onde pretende arrolar testemunhas que possam esclarecer os novos fatos apresentados”. As audiências vão ocorrer nos dias 20 e 21 de maio.

Em resposta, Moraes apontou que o novo material foi juntado aos autos como prova solicitada pela defesa e não da acusação. Sendo assim, isso em nada poderia alterar a denúncia oferecida pelo Ministério Público e o conjunto probatório em que foi baseada e que serão, dessa maneira, analisados pelo Poder Judiciário.

“Bolsonaro deu pra trás”

O policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos, teve apreendidos materiais com áudios nos quais cita um grupo armado que teria como objetivo prender ministros do Supremo e impedir a posse do presidente Lula.

Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do suposto plano golpista, acusado de repassar informações sobre a segurança de Lula para outros envolvidos.

As gravações, obtidas e periciadas pela Polícia Federal (PF), revelam ainda o repasse de informações sigilosas sobre a segurança de Lula a servidores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nos áudios, Soares afirma que fazia parte de uma “equipe de operações especiais“, armada e pronta para agir em defesa de Bolsonaro. Segundo ele, o grupo aguardava apenas uma “canetada” do então presidente para iniciar o ataque.

Em outro trecho, o policial declara que o grupo estava disposto a usar força extrema.

Críticas

Em outra gravação há críticas à postura de Bolsonaro e dos generais. O policial afirma que o presidente “faltou com pulso” e que deveria ter agido mesmo sem apoio da cúpula militar.

Além disso, um dos interlocutores lamenta a ausência de figuras tão rígidas no exército como as da época do regime militar. As informações são do portal Metrópoles.

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