Em bate-boca na audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), e a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) se desentenderam quando falavam sobre a aposentadoria de parlamentares.
Kátia interrompeu Guedes quando ele falava que os parlamentares tinham uma aposentadoria 30 vezes superior ao salário médio dos trabalhadores do setor privado. A senadora disse que os pares se submetiam ao teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), atualmente em R$ 5.839,45.
“Os senadores ganham o teto do INSS de R$ 5.000”, disse Kátia. “Posso falar?”, afirmou Guedes.”O senhor não vai desrespeitar nenhum senador aqui. O senhor adiou três vezes sua vinda aqui. O senhor mandou a senadora calar a boca”, declarou Aziz. “Não mandei ela calar a boca. Perguntei se poderia falar”, retrucou Guedes.
Após o bate-boca, Guedes voltou a defender que a reforma da Previdência é essencial para corrigir o que ele chama de distorções. “Precisamos garantir as aposentadorias que estão sob risco”, afirmou.
Enquadrado
Guedes foi enquadrado por Omar Aziz após iniciar um bate-boca na comissão por se recusar a ser interrompido pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO). Guedes havia dito que um político se aposenta com 20 vezes o valor que ganha o trabalhador. Quando a senadora tentou corrigir essa informação, o ministro respondeu rispidamente: “A senhora terá o seu horário”. Kátia tentou interromper novamente e Guedes reagiu. “Temos que ter alguma disciplina”, completou.
Aziz saiu em defesa de Kátia Abreu e disse que Guedes teria mandado a senadora “calar a boca”, mas o ministro negou. Em meio ao bate-boca, Aziz chegou a reclamar da postura do governo de acusar defeitos de uma chamada “velha política”. “Podemos ter as nossas divergências políticas entre os senadores, mas o senhor é um convidado na comissão”, continuou o presidente.
Passados alguns minutos, Guedes disse que não quis desrespeitar ninguém. “Quis fazer valer o meu tempo para responder”, justificou-se. O ministro explicou novamente que a proposta de reforma da Previdência tem duas fases. A primeira seria para reduzir desigualdades e combater privilégios. A segunda fase da reforma seria a transição para capitalização. “Somos tão respeitosos com o Congresso que a segunda fase [da capitalização] não foi definida ainda”, completou.
