As áreas de segurança do Ministério da Fazenda e do Banco Central estão consultando empresas que comercializam aparelhos de contraespionagem. Os dois órgãos pretendem comprar equipamentos que impedem gravações
ambientais. A ideia é aumentar a segurança e a proteção contra vazamentos de informação.
Os equipamentos que estão sendo cotados neutralizam completamente gravações ambientais, anulando a ação de microfones e sistemas de armazenagem de dados.
Nos últimos dias, o ministério e o banco fizeram consultas à empresas especializadas nesse tipo de equipamento. Os mais sofisticados podem custar até 250 mil reais.
“Esses aparelhos vão evitar, por exemplo, que alguém use um gravador ou um celular para gravar uma conversa do ministro”, explica um especialista. “A pessoa que tentar só vai ouvir chiados”, ressalta.
Pasta de Haddad informa que trata-se de medida preventiva Consultado sobre a aquisição de aparelhos que evitam as gravações ambientais, o Ministério da Fazenda confirmou a iniciativa: “O Ministério da Fazenda autorizou
a equipe de segurança a estudar a viabilidade de aquisição de aparelhos de proteção contra gravação ambiental. Trata-se de uma medida preventiva, sugerida por profissionais da área de segurança, com o objetivo exclusivo de reduzir riscos.
Não há, até o momento, qualquer decisão sobre a compra dos equipamentos”. Tanto na Fazenda quanto no Banco Central são discutidos assuntos de extrema delicadeza e de grande interesse. Uma informação vazada ou captada sem
autorização é valiosa e pode ser usada para muitos fins, incluindo para a especulação financeira. Pode também colocar uma política pública a perder. A preocupação, por isso, é bastante compreensível.
Fernando Haddad já reclamou algumas vezes de vazamento de informações do Ministério da Fazenda — particularmente quando se discutia o arcabouço fiscal e o projeto da redução da alíquota do Imposto de Renda para quem ganha até 5 000 reais por mês. Mas isso — descobriu depois — nada tinha a ver com espionagem.
Eram vazamentos promovidos pelos próprios aliados.
Banco Central revela mais vazamentos no Pix
O vazamento de dados não é exclusivo do INSS (“o maior queijo suíço do Brasil”), que começará a devolver R$ 242 milhões em cobranças indevidas a aposentados e pensionistas em 26 de maio. O Banco Central revelou nesta sexta (9) que os dados cadastrais vinculados a 50 chaves Pix da Cashway Tecnologia da Informação S.A, compreendendo nome do usuário, CPF, instituição de relacionamento, agência e número da conta, foram violados entre 31 de marco a 3 de abril, em razão de falhas pontuais em sistemas dessa instituição”.
A Cashway é uma instituição de pagamento de pequeno porte. Entre 23 de fevereiro e 6 de março, também foram violados os dados cadastrais de 25.349 chaves Pix de clientes da QI Sociedade de Crédito Direto S.A. (QI SCD), compreendendo nome do usuário, CPF com máscara, instituição de relacionamento, agência, número e tipo da conta. As informações são da Revista Veja e Jornal do Brasil.