O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, 54 anos, deu entrada nesta sexta-feira (26) no Hospital do Coração, em Brasília (DF), sentindo fortes dores no tórax, informou o site do colunista Ancelmo Gois, no jornal O Globo. As dores foram provocadas por uma embolia pulmonar leve, de acordo com fontes da unidade. A doença foi confirmada depois da realização de uma angiotomografia. Levy “passa bem”, segundo informou um auxiliar da presidenta Dilma Rousseff.
Devido à embolia, o ministro não poderá embarcar neste sábado (27) para Nova York, conforme estava previsto. Levy acompanharia a comitiva de Dilma em uma visita oficial aos Estados Unidos. O voo de Dilma está marcado para decolar às 9h.
O titular da Fazenda ainda tentou convencer os médicos a autorizar a viagem aos EUA, mas essa hipótese foi descartada. Levy está sob os cuidados do pneumologista Arthur Vianna, que viajou do Rio de Janeiro para Brasília para atendê-lo.
A embolia pulmonar é um coágulo que pode ser formado em qualquer parte do organismo e se aloja no pulmão, de acordo com o cardiologista Carlos Scherr. A princípio, é uma doença grave e com risco de vida. “É arriscado fazer viagem longa, parado muito tempo numa mesma posição, mesmo que seja na classe executiva, onde o passageiro tem mais espaço. Não aconselharia um paciente fazer a viagem”, declarou Scherr.
Com a longa viagem de avião, a embolia de Levy poderia passar de leve para grave. Por essa razão, companhias aéreas costumam recomendar aos viajantes que, em voos longos, mesmo sentados tentem fazer movimentos com as pernas e, se possível, caminhar um pouco.
Agenda
A agenda do ministro da Fazenda nos Estados Unidos previa encontros com investidores e empresários em Nova York, na segunda-feira, além de uma audiência com o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger. No mesmo dia, ele viajaria a Washington para participar de um jantar oferecido pelo presidente Barack Obama, na Casa Branca.
Reaproximação
A visita oficial de Dilma significa uma reaproximação brasileira com o governo de Obama após o escândalo de espionagem da NSA (Agência de Segurança Nacional, em tradução livre) nas conversas telefônicas de Dilma. No momento em que o Brasil espera impulsionar acordos bilaterais e provar que está no caminho de retomada do crescimento, Levy era parte fundamental da comitiva.
O encontro do ministro com empresários e investidores serviria para apresentar os novos rumos da política econômica e tentar atrair investimentos para o Brasil. Levy, que já morou em Washington e trabalhou no Fundo Monetário Internacional na década de 1990, é respeitado no círculo de economistas e empresários norte-americanos. O governo brasileiro contava com sua presença para divulgar a imagem da nova política econômica do País no exterior.