Ícone do site Jornal O Sul

Ministro do Supremo diz que divulgação de delações premiadas e escutas podem provocar interpretações distorcidas

O ministro evitou dar sua opinião sobre temas que está analisando no Supremo. (Foto: Elza Fiúza/ABr)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes criticou o vazamento de trechos de delações premiadas e interceptações telefônicas de pessoas investigadas por dar brechas a “interpretações distorcidas” dos fatos. Em palestra durante o V Congresso Nacional de Direito Eleitoral, em Curitiba (PR), Mendes disse que é preciso mudar o sistema político eleitoral brasileiro.

“Isso [vazamentos] foi se tornando uma rotina ao longo do tempo. Quando passei pelo Conselho Nacional de Justiça incentivei resolução para responsabilizar agentes responsáveis por vazar informações. Mas é difícil. Quanto maior é a operação, mais difusa fica a responsabilidade e mais convidativa essa tarefa de vazamento. É um tema que vamos ter de lidar no futuro. O vazamento sai com truncamento e isso propicia interpretações distorcidas dos fatos”, afirmou.
Mendes defendeu que o teor das delações premiadas seja divulgado em algum momento, mas que acredita que isso deve ser melhor regulamentado. O ministro evitou dar sua opinião sobre temas que está analisando no Supremo, como a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil e a análise das contas da campanha da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer. Ele disse apenas que o plenário do STF deve analisar o caso de Lula daqui a duas semanas. (AG)

Sair da versão mobile