Ícone do site Jornal O Sul

Ministro do Supremo, Alexandre de Moraes quer informações da CPI da Covid sobre ação que pretende banir Bolsonaro das redes sociais

CPI pediu ao Supremo que presidente tenha sigilo telemático quebrado e seja banido das redes. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) que a CPI da Covid dê informações em 48 horas sobre a ação que busca banir o presidente Jair Bolsonaro das redes sociais.

No último dia 26, a CPI aprovou requerimentos que pedem a quebra do sigilo telemático de Bolsonaro; o banimento do presidente das redes sociais; e a retratação de Bolsonaro por declaração falsa na qual associou a vacina contra a Covid a casos de Aids.

O tema ainda deve ser analisado pelo STF e pela Procuradoria Geral da República (PGR), mas Bolsonaro já acionou o Supremo, questionando o pedido da CPI.

Moraes, então, determinou que a comissão preste informações antes de decidir sobre o pedido do presidente da República.

Relembre o caso

Em transmissão ao vivo em uma rede social, em 21 de outubro, o presidente da República disse que relatórios oficiais do Reino Unido sugerem que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids. A afirmação de Bolsonaro é falsa.

Diante da mentira dita pelo presidente, Facebook, Instagram e YouTube removeram o conteúdo do ar.

Além disso, a Associação Médica Brasileira (AMB) disse ser “inaceitável” o comportamento de Bolsonaro ao associar a vacina contra Covid a casos de Aids.

CPI

Segundo a CPI, Bolsonaro foi autor nos últimos 18 meses de declarações que “minimizaram a pandemia”, promoveram “tratamentos sem comprovação científica” e “repudiaram as vacinas”, validando, na avaliação da CPI, “a desinformação circulada nos perfis oficiais de instituições federais”.

“É urgente a adoção de reação enérgica para garantia dos direitos fundamentais assegurados pela Constituição, em especial o direito à vida e o direito à informação, ora vergastados (açoitados) pelo próprio presidente da República, com utilização de recursos materiais e imateriais de poder que deveriam estar a serviço da sociedade e de suas instituições”, acrescentou a comissão.

Governo

A Advocacia-Geral da União (AGU) afirma que Bolsonaro não pode ser alvo de uma CPI e que o requerimento extrapola as competências da comissão.

Segundo o órgão, a CPI inverteu “de forma integral” a garantia dos direitos de Bolsonaro e “determinou a adoção de várias providências em seu desfavor, dentre elas destaca-se a quebra de sigilos dos seus dados telemáticos, quando, repita-se, sequer pode o presidente da República ser investigado no âmbito da CPI”.

Sair da versão mobile