O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a coleta de documento no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Cunha é alvo de inquérito que apura se ele foi beneficiado com recursos desviados da Petrobras. O deputado aguarda julgamento de recurso que tenta trancar a investigação, o que deve ocorrer nos próximos dias.
A autorização da busca da prova foi dada a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em uma medida cautelar que tramita sob sigilo, separada do inquérito. A Procuradoria não confirmou o pedido, e o Supremo informou que Zavascki autorizou diligências sigilosas no caso da Lava-Jato e não comentará o teor.
Procurada, a assessoria do presidente da Câmara disse que não tinha conhecimento da busca no gabinete. Nesta semana, Janot afirmou em outro documento enviado ao Supremo, para rebater o recurso que pede arquivamento da apuração, que há “elementos muito fortes” que justificam a continuidade do inquérito contra Cunha.
O procurador explicou que os fatos apurados vem sendo “reforçados”. Como aconteceu em outros inquéritos da Lava-Jato, o ministro do STF também prorrogou por mais 60 dias o prazo das diligências contra Cunha. Agora, 22 dos 26 inquéritos terão mais dois meses para prosseguimento na coleta de provas.