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Ministros do presidente Michel Temer aderem a Bolsonaro nas eleições 2018

Sá Leitão, ministro da Cultura, é um dos que se aproximaram de Bolsonaro. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Ministros do governo Michel Temer intensificaram nas últimas semanas as tentativas de aproximação com a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições 2018. Os titulares da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e do Turismo, Vinícius Lummertz, usaram seus perfis nas redes sociais para compartilhar conteúdo a favor de Bolsonaro e contra Fernando Haddad (PT).

A possibilidade de ambos permanecerem no cargo é incerta, ainda que se mostrem dispostos a colaborar com o próximo governo. Bolsonaro promete fazer um corte na Esplanada e fundir ministérios para atingir o número de 15 pastas – hoje são 29.

Os ministros são profissionais de carreira nas respectivas áreas. Jornalista, Leitão trabalhou com audiovisual nos setores público e privado e acumula passagens pela diretoria da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e pela Secretaria de Cultura da prefeitura do Rio de Janeiro, na gestão Eduardo Paes (DEM).

Lummertz é formado em Ciências Políticas e tem no currículo cargos no setor público em Santa Catarina. Ele presidiu a Embratur e foi secretário nacional de Políticas de Turismo do ministério no governo da petista Dilma Rousseff.

Ambos têm apoio da bancada do MDB, partido ao qual Lummertz é filiado. Aliados de Bolsonaro veem como positiva uma aproximação com a legenda, a maior bancada do Senado e a quarta na Câmara.

“Estou focado no trabalho e na transição. As conversas vão acontecer após as eleições 2018. Vamos dialogar com quem vencer. Defendendo a cultura e os programas realizados”, disse Leitão, ao ser questionado sobre a possibilidade de permanecer no governo.

Em defesa de Bolsonaro, Leitão se envolveu num embate público com o cantor Roger Waters, ex-Pink Floyd, que em turnê pelo País manifestou-se contra o capitão reformado.

Lummertz, do Turismo, elogiou as ideias de Bolsonaro para o setor e a abertura proposta pelo economista ministeriável Paulo Guedes. “Precisamos desamarrar o turismo brasileiro, e essa tem sido a tônica do discurso do Bolsonaro, abrir o Brasil”, disse. “A visão mais liberal, que vem do Paulo Guedes, é a mesma do turismo, de integração do Brasil com o mundo, com menos impostos e mais voos.”

Além deles, o ex-ministro da Educação Mendonça Filho passou a ser cotado para voltar ao MEC e outros três declararam voto em Bolsonaro: Ronaldo Fonseca (Secretaria-Geral), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações) e Carlos Marun (Secretaria de Governo).

Continuidade do MinC

Ao apagar das luzes da gestão Michel Temer, o ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão não acredita que, mesmo se o escolhido a presidir o País for o candidato Jair Bolsonaro, o novo governo deva acabar com o MinC. Ele conta que já recebeu representantes da equipe do candidato pedindo informações sobre a pasta e que Flávio Bolsonaro, filho de Jair, é um dos nomes com interesse na área. Sá Leitão fala que a classe artística precisa amadurecer para discutir política sem interesses setorizados e que há nesse momento uma série de artistas renomados, além de Regina Duarte, já construindo pontes silenciosamente com Bolsonaro. Seus nomes não são revelados, ele diz, pelo medo de retaliação.

Polêmica

Sérgio Sá Leitão, usou o Twitter para criticar o cantor britânico Roger Waters, que está causando alvoroço político em sua turnê pelo Brasil.

Leitão afirmou que o ex-vocalista do Pink Floyd recebeu milhões “para fazer campanha eleitoral disfarçada de show ao longo do 2º turno”.

Disse ainda que as acusações de Waters contra Jair Bolsonaro foram feitas “sem provas” e finalizou: “Isso sim é caixa 2 e campanha ilegal!”.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, além de chamar Bolsonaro de “corrupto” e “insano”, Waters fez duras críticas ao ministro da Cultura, que afirmou estar “de saco cheio” de manifestações políticas em shows. O cantor afirmou que Leitão “está no emprego errado” e defendeu sua renúncia.

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