Ícone do site Jornal O Sul

Ministros e PT preveem saída do ministro da Fazenda na virada do ano

Apesar das pressões, presidenta resiste em tirar do cargo seu chefe da equipe econômica. (Foto: Wenderson Araujo/AFP)

Ministros e petistas preveem a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda na virada do ano. E, para evitar uma despedida traumática, desejam que ele obtenha ao menos uma vitória para chamar de sua. Nos cálculos internos, isso reduziria a possibilidade dele sair atirando. Apesar das pressões, a presidenta Dilma Rousseff resiste em tirar do cargo seu chefe da equipe econômica. Até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a criticar publicamente o ajuste fiscal, não vê o desembarque, neste momento, como oportuno.

Por ora, nada indica que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles seria o substituto de Levy caso este deixe, de fato, o ministério. O governo já mediu o impacto de uma saída do titular da Fazenda agora: o dólar chegaria rapidamente à marca de 4,50 reais. Já o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) avaliou, em encontro com líderes partidários na terça-feira, que a cotação da moeda norte-americana cairá para 3,60 reais, na hipótese de os vetos de Dilma serem mantidos no Congresso.

Na reunião com a presidenta no Palácio da Alvorada, na semana passada, Lula brincou sobre a extensão da reforma ministerial: “Só faltaram o Levy e o Cardozo [Justiça]”, disse, ironizando sobre a especulação de que defende a exoneração de ambos. Os movimentos de moradia ligados ao PT assinaram carta aberta, a ser divulgada em breve, em que pedem a destituição do titular da Fazenda.

Até o momento, somente se posicionavam contra a política econômica. Ministros petistas avaliam que, a despeito da reforma ministerial, o modus operandi do governo ainda não foi modificado. O Planalto segue centralizando decisões e agindo por espasmos, sem avaliar os efeitos de seus passos. (Natuza Nery/Folhapress)

Sair da versão mobile