Ministros do PSDB estiveram na manhã desse domingo com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, em Brasília, para garantir ao peemedebista que o partido, por ora, continuará na base aliada do governo.
A permanência do PSDB no governo dá uma sobrevida a Temer, que enfrenta nesta semana o início do julgamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode levar à cassação do seu mandato. O pedido partiu do PSDB, que pediu a cassação da chapa que elegeu, em 2014, Dilma Rousseff e Michel Temer. O partido alegou que a campanha vitoriosa cometeu abuso de poder político e econômico, recebeu propina e se beneficiou do esquema de corrupção que atuou na Petrobras, o que os advogados da defesa negam.
A decisão de permanência dos tucanos na base aliada do governo é vista como um referencial para os demais partidos da base, que poderiam acompanhar a debandada.
Participaram do encontro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades), que chegou a ameaçar entregar o cargo no dia em que a delação dos empresários do grupo J&F veio a público.
Na semana passada, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), havia anunciado que a cúpula da legenda iria se reunir na terça-feira para definir uma posição em relação ao governo. O encontro aconteceria no mesmo dia em que TSE daria início ao julgamento da chapa Dilma-Temer.
Desde a abertura do inquérito para investigar Temer, a ala mais jovem do PSDB vem pressionando o partido a deixar a base. Na Câmara, a bancada, com 46 deputados, está rachada. Uma eventual saída do partido da base, no entanto, depende do aval da Executiva.
De olho em 2018, parte do PSDB quer debandar do governo por receio de mais desgastes para a imagem do partido, às voltas com o escândalo envolvendo, principalmente, o tucano Aécio Neves, delatado por Joesley Batista.