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Montadoras no Brasil têm pior semestre em vendas desde 2007

Junho teve seu pior resultado para o mês em oito anos, com 212,5 mil automóveis vendidos. (Foto: Clayton de Souza/AE)

No pior semestre desde 2007, a indústria automobilística brasileira vendeu 1,31 milhão de veículos novos nos primeiros seis meses de 2015, 20,6% a menos no comparativo com a primeira metade de 2014, segundo dados preliminares do mercado. A diferença entre os dois períodos supera o equivalente a mais de um mês de vendas, ou 344,2 mil unidades. Junho também teve seu pior resultado para o mês em oito anos, com 212,5 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos. O número é quase igual ao de maio, mas o mês passado teve um dia útil a mais.

Sem ver sinais de recuperação no mercado, as montadoras seguem adotando medidas de corte de produção, também na tentativa de reduzir estoques, que continuam elevados. Atualmente, há cerca de 35,8 mil trabalhadores em férias coletivas, licença ou lay-off (suspensão dos contratos de trabalho), o equivalente a 25% de toda a mão de obra das montadoras. Nesse grupo estão os 8 mil trabalhadores da produção da Volkswagen, que foram dispensados. A empresa também colocará em lay-off 2.357 funcionários a partir de segunda-feira, por um período de cinco meses.

“Não enxergamos nenhuma luz que esteja piscando para melhorar as perspectivas do mercado. Cada vez piora mais”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul (SP), Aparecido Inácio da Silva. Ele negocia com a GM (General Motors) o retorno, previsto para o dia 13 deste mês, de 819 trabalhadores que estão em lay-off há mais de cinco meses.

Demissões

De janeiro a maio deste ano, as fabricantes já demitiram 6,3 mil trabalhadores e empregavam, até aquela data, 138,2 mil pessoas.

A Mercedes-Benz, por exemplo, já demitiu 500 trabalhadores da fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Eles faziam parte de um grupo de 750 funcionários que estavam em lay-off (contratos suspensos) desde maio do ano passado.

A fábrica emprega aproximadamente 10,5 mil trabalhadores e atualmente opera quatro dias por semana. A unidade também produz ônibus e componentes.

“Diante de um cenário de ociosidade produtiva superior a 40% na fábrica de São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz precisa adotar novas medidas e soluções mais definitivas para continuar a gerenciar o excedente de pessoas na fábrica”, informou a montadora em nota.

E os cortes não vão parar por aí. A Mitsubishi pretende fechar 400 vagas, ou 15% de seu efetivo na fábrica de Catalão, no Estado de Goiás, onde produz os modelos Lancer, ASX, L200 e Pajero, além do Jimny, da Suzuki. (AE)

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