Moradores atingidos pela construção da nova ponte que fará a travessia do Lago Guaíba solicitaram, na manhã de terça-feira, em reunião na Cosmam (Comissão de Saúde e Meio Ambiente) da Câmara Municipal de Porto Alegre, a realização de uma audiência pública para debater com a comunidade o impacto socioambiental que a obra trará, especialmente para quem reside na Vila Tio Zeca/Areia, Ilha das Flores e Ilha Grande dos Marinheiros. Ao todo, pelo projeto, 1.033 famílias deverão ser reassentadas, 370 por impacto direto da obra e as demais por determinação do licenciamento ambiental prévio emitido pela Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental).
A audiência pública não tem data definida, mas conforme o presidente da Cosmam, vereador Marcelo Sgarbossa (PT), a previsão é de que ela transcorra na primeira quinzena de novembro. O parlamentar informou ainda que a atividade terá a iniciativa conjunta da comissão e da Defensoria Pública da União.
Conforme Luís Isaias Pires Bettervide, morador da Ilha das Flores, o que está faltando é diálogo por parte dos órgãos municipais encarregados de intermediar a participação da comunidade na elaboração do projeto. “O Centro Administrativo Regional Ilhas não nos avisa das reuniões, e a comissão criada não nos representa”, criticou. Ele apresentou um documento com uma série de reivindicações de contrapartidas sociais que os moradores desejam ver atendidas nas áreas de saúde, educação e geração de renda.
O superintendente substituto do Dnit-RS, Delmar Pellegrini Filho, disse acreditar que não está havendo falta de debate com a comunidade. Segundo ele, desde o início das operações, em 2014, diversas reuniões e audiências, com a participação de mais de 400 pessoas da comunidade da Vila Tio Zeca/Areia, Ilha das Flores e Ilha Grande dos Marinheiros, de representantes do Demhab (Departamento Municipal de Habitação), das secretarias estaduais do Meio Ambiente e do Planejamento, foram realizadas. (CMPA)
Moradores atingidos querem audiência pública sobre obra da ponte do Guaíba

Superintendente do Dnit, Delmar Pellegrini Filho, do Dnit, negou que haja falta de diálogo com a comunidade. (Foto: Josiele Silva/CMPA)