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Mulher de marqueteiro do PT diz à Operação Lava-Jato que recebeu recursos não declarados da campanha de Dilma em 2014

Conforme o relato de Monica Moura, ex-ministro Guido Mantega intermediou prática de caixa 2 (Foto: Reprodução)

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria atuado como intermediário no pagamento de caixa 2 à campanha que reelegeu a presidenta Dilma Rousseff em 2014. A denúncia é de Monica Moura, mulher e sócia do publicitário João Santana (responsável pelo marketing do PT naquele ano), que tenta fechar acordo de delação premiada à Operação Lava-Jato.

Conforme o relato, registrado por procuradores federais em Brasília, Mantega se reuniu com ela e, mais de uma vez, indicou executivos de empresas que deveriam ser procurados para que ela recebesse doações em dinheiro que não passaram pelas contas oficiais do PT.

A mulher de Santana também afirmou que, durante a corrida presidencial, ao menos 10 milhões de reais teriam sido pagos a ela e a Santana, sem registro em qualquer contabilidade oficial. Ela disse, ainda, que irregularidades semelhantes foram praticadas nas eleições presidenciais de 2006 e 2010, além das campanhas municipais petistas à prefeitura de São Paulo.

O advogado de Mantega, José Batochio, admitiu que o ex-ministro se encontrou com Monica, mas negou que o ex-ministro tenha tratado de práticas irregulares. “Foram duas ou três conversas sobre dados técnicos para produtos de comunicação eleitoral”, justificou.

“Iniciais G.M.”

O advogado de Guido Mantega, José Roberto Batochio, afirmou que não reconhece a sigla “GM” como alusão ao seu cliente, nos registros do celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht, apesar de o número de Mantega aparecer ao lado das duas letras.

“Não faltam nomes para indicar essas iniciais, que podem indicar muitas coisas”, alegou Batochio. “Trata-se, apenas, de um relatório elaborado por investigadores que tiraram as suas conclusões sem base empírica.”

Já o coordenador jurídico da campanha da petista, Flávio Caetano, negou a prática de caixa 2 e a atuação de Mantega como intermediário em tratativas relacionadas a doações eleitorais irregulares. Segundo ele, a denúncia de Monica faz parte de um “vazamento seletivo” de tratativas para acordo de delação. “Todas as despesas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral, de forma unânime’’, argumentou. (AG)

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