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A mulher de Fabrício Queiroz retornou para casa e vai cumprir prisão domiciliar junto com o marido, que é ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Márcia estava foragida desde o dia 18 de junho. (Foto: Reprodução)

O advogado Paulo Emílio Catta Preta informou que Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), voltou para seu apartamento na Taquara, na Zona Oeste do Rio. De acordo com a defesa, ela ainda não está com tornozeleira eletrônica, conforme determinação judicial, mas a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) já foi avisada. A secretaria informou que Márcia tem cinco dias úteis contados, após notificação feita pela Justiça para se apresentar à secretaria e instalar o aparelho de monitoramento eletrônico. O ex-assessor já deixou a prisão de Bangu 8, com o aparelho.

Márcia estava foragida desde o dia 18 de junho, quando o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, tinha decretado sua prisão e de Queiroz no caso das rachadinhas, investigado pelo Ministério Público do Rio.

“Márcia já está em casa para cumprimento da prisão domiciliar. Já informamos a situação à SEAP e aguardamos instruções sobre a colocação da tornozeleira. Pela imposição da domiciliar, ela só deve sair com autorização”, afirmou o advogado Paulo Emílio Catta Preta.

O advogado disse ainda que não perguntou o paradeiro dela no período em que ficou foragida e que possivelmente isso será uma questão para ser enfrentada posteriormente no MP.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, concedeu na quinta-feira o habeas corpus para Queiroz e Márcia. O ministro determinou ainda que as autoridades policiais terão permissão para acessar a residência de Queiroz sempre que necessário e que farão vigilância permanente para impedir a entrada de pessoas não autorizadas. O ex-assessor não poderá ter contato com terceiros — salvo advogados, profissionais da saúde e familiares próximos — nem acessar telefones, computadores, internet e tablets.

Ao apresentar o pedido de habeas corpus, a defesa argumentou que o cliente é portador de câncer de cólon e corria riscos de saúde devido à pandemia da Covid-19. A condição do ex-assessor foi levada em consideração pelo ministro João Otávio Noronha, que, em sua decisão, concedeu a prisão domiciliar a Queiroz e também à Márcia Aguiar presumindo que sua presença ao lado de Queiroz é necessária para que ele receba as atenções devidas por conta da doença, já que ele estará privado do contato com terceiros — salvo profissionais da saúde e seus advogados.

Segundo Catta Preta, o habeas corpus também foi estendido para Márcia, porque ela também apresenta problemas de saúde. Márcia a teria passado recentemente por uma cirurgia e também estaria incluída no grupo de risco da Covid-19.

“Comprovamos questões de saúde dela. Há questões delicadas dela também. Mas o ministro considerou ainda que seria importante que ela estivesse com ele para auxiliá-lo nos cuidados diários da saúde dele”, afirmou Catta Preta.

Como o ministro no STJ responsável pelo caso das rachadinhas é Félix Fischer, o ministro João Otávio de Noronha emitiu a decisão em caráter liminar, porque está na titularidade do plantão judicial. O mérito do habeas corpus é de relatoria de Fischer, na Quinta Turma do tribunal, que deverá dar seu parecer em agosto, após o recesso do Judiciário.

Segundo a colunista Bela Megale, Fisher já deu sinais diretos a colegas de que pode rever a decisão de Noronha. Nos bastidores, ministros do STJ criticaram a decisão do presidente da corte e afirmam que prisão domiciliar para Queiroz e sua mulher ‘envergonha’ a corte. Integrantes da corte afirmaram ainda que Noronha vem “usando a jurisdição para conseguir uma das vagas no Supremo Tribunal Federal” que serão abertas no governo de Jair Bolsonaro.

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