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Mulher diz que sofreu abuso sexual de policiais militares após ser presa em protesto em São Paulo

Andreza Delgado teria sido constrangida após ser presa por participar das manifestações em defesa da manutenção de escolas em São Paulo, que são sistematicamente reprimidas pela polícia. (Foto: AE)

A professora Andreza Delgado, de 20 anos, denunciou que sofreu abuso sexual de policiais militares após ser presa durante uma manifestação de estudantes contra a reestruturação da rede estadual em São Paulo. Segundo ela, os abusos aconteceram na viatura e no caminho para a delegacia. Ela foi libertada no dia seguinte, após uma audiência de custódia. Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) paulista informou que a Polícia Militar nega todas as acusações.

A denúncia. 

“Eu estava na calçada e depois fui arrastada para a rua antes de ir para o camburão. Foi um policial, não foi uma policial feminina. Eles passavam muito a mão no meu corpo”, contou. Ela diz que registrou um boletim de ocorrência desse caso e fez exames no Instituto Médico-Legal. Na nota, a SSP acrescenta que as alegações de Andreza também serão apuradas, tendo sido requisitado exame de corpo de delito.

Segundo a SSP, a prisão da jovem foi realizada por lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. A jovem relata que sofreu “tortura psicológica” no estacionamento da delegacia para onde foi levada, ainda dentro do carro da Polícia Militar. “Eles estavam gravando a gente com o celular pessoal, fazendo torturas psicológicas. Me chamaram de vagabunda, macaca, dizendo que ia cortar meu cabelo, falaram que iam pegar uma gilete para depilar minha b…”, contou. “Não chegaram a me agredir muito, só na hora da detenção que me apertaram.”

Defensoria Pública atuará no caso. 

Ela disse estar com receio de participar de manifestações. “Eu vejo a polícia, fico com medo, às vezes começo a chorar. Eu me senti violada, meu corpo, minha cabeça, minha mente foram violados pelo Estado”, afirmou. A Defensoria Pública paulista informou que tomou conhecimento da denúncia da professora e que está “apurando o caso e colhendo materiais para tomar as medidas cabíveis”. (AG)

 

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