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Mulher mordida por cobra morre após buscar socorro em três hospitais

Hospitais que atendem pelo SUS não podem negar atendimento médico, mesmo que a pessoa tenha plano de saúde. (Crédito: Reprodução)

O Conselho Regional de Medicina de Franca, interior de São Paulo, abriu uma sindicância para apurar denúncia de omissão de socorro a uma mulher que foi picada por uma cobra. Ela morreu de hemorragia. O juiz aposentado Milton de Almeida conta que a mulher dele, a advogada Maria José, de 69 anos, foi picada por uma cobra jararaca no sitio do casal.

O primeiro destino foi a Santa Casa do município, que atende pelo SUS. Lá, segundo o juiz, a atendente disse que o tratamento com soro antiofídico não poderia ser feito porque o casal tinha plano de saúde. Ele diz que a Santa Caso os orientou a procurar o Hospital do Coração, que teria mais condições para fazer o atendimento. Ao chegar lá, a segunda surpresa: o hospital não tem soro antiofídico. Milton, então, levou a mulher até o Pronto Socorro Municipal, que também não tinha o soro. Com o tempo passando, o quadro de saúde da mulher foi piorando.

Uma pesquisa do Instituto Butantã, em São Paulo, mostra que uma proteína chamada jararagina, presente no veneno da jararaca, se acumula no sangue e provoca hemorragia. Segundo biólogos, o veneno da jararaca mata dependendo da região em que foi a picada, da quantidade de veneno e do estado de saúde da pessoa.

Desesperado, Milton voltou à Santa Casa: “Quando voltamos ao hospital, deu-se uma nova versão: que ela não foi recebida porque não havia vaga no hospital. Essa foi a versão final quando ela veio a receber o soro”.

A polícia também está investigando se houve omissão de socorro. “Todos os hospitais que ela passou vão ser investigados, mas imagino que a conduta um pouco mais omissa foi no primeiro momento, em que foi na Santa Casa, porque os demais hospitais não tinham o soro para ser aplicado”, afirma Luis Carlos da Silva, delegado de Polícia Civil.

O Ministério da Saúde informou, por nota, que os hospitais que atendem pelo SUS não podem negar atendimento médico, mesmo que a pessoa tenha plano de saúde. (AG)

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