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Mulheres costumam apontar os próprios defeitos, ao menos, oito vezes por dia

Excesso de cobranças pode levar ao dismorfismo, distúrbio que se caracteriza pela fixação negativa por alguma parte do corpo. (Crédito: Reprodução)

Que todo mundo gostaria de mudar algo em si mesmo não é novidade. Mas parece que entre as mulheres esse desejo é ainda mais exacerbado. Uma pesquisa feita pelo Vigilantes do Peso no Reino Unido apontou que, ao menos oito vezes por dia, elas se criticam, apontando os próprios defeitos. A aparência física costuma estar no centro de cobranças desnecessárias, que podem prejudicar a saúde física e emocional.

Segundo especialistas, trabalhar a autoconfiança é a melhor forma de combater a negatividade. “Meninas geralmente são educadas para exercer o papel de cuidadoras. A formação da personalidade tem papel fundamental nas autocríticas das mulheres, pois como boas cuidadoras, elas estão sempre pensando em ser ou fazer o melhor para o outro”, aponta a psicóloga Flávia Freitas. Para a psicóloga Pamela Magalhães, modelos de perfeição, às vezes inatingíveis, veiculados pela mídia também influem na maneira como o sexo feminino se vê.

Assim, dar conta de todas as funções que desempenha – mãe, esposa, profissional – virou questão de honra para a mulher moderna, para que ela se sinta enquadrada em padrões.

Aceitação é possível sem a perfeição.

Por isso, entender que é possível ser aceita mesmo sem ser perfeita é essencial para evitar ansiedade e reduzir o risco de quadros depressivos, por exemplo. Cobranças persistentes também podem causar desânimo, mau humor, timidez, perda de foco e queda de produtividade. Evitar autocríticas desnecessárias, de acordo com Renata Migueis, do Vigilantes do Peso, é importante, inclusive, para o processo de emagrecimento. “Quem é confiante tende a ter resultados mais satisfatórios, porque entende que eventuais deslizes podem ser driblados. Pessoas assim não deixam um lapso virar um colapso”, ressalta.

Segundo o cirurgião plástico Sandro Lemos, membro titular da SBPC (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), é preciso atentar se o excesso de cobranças tem origem no dismorfismo, distúrbio que se caracteriza pela fixação negativa por alguma parte do corpo. “Essa desvalorização acaba interferindo na vida pessoal e profissional”, alerta. (AE)

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