Quando o vídeo do estupro de uma jovem desacordada surgiu no Twitter, a estudante Hayana Malta, de 19 anos, recebeu uma mensagem no Facebook de uma desconhecida. Com cerca de 2.250 amigos na rede social, ela costuma ser procurada por vítimas de abuso porque, em 2014, relatou o que sofrera de um tio aos 16 anos.
De Maryland, nos EUA, Hayana salvou o vídeo em seu computador e fez cópias dos perfis que compartilhavam, em tom de deboche, o estupro da garota. Foi assim que as evidências do crime contra a adolescente de 16 anos, ocorrido em uma favela da Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), começaram a sair do mundo virtual para as autoridades do mundo real. A primeira postagem de Hayana sobre o assunto foi às 11h55min do dia 25 de maio. Em algumas horas, 800 pessoas compartilharam o texto, em que ela pedia ajuda para levar o caso às autoridades.
No turbilhão de versões, Giovanna Dealtry, professora e militante do movimento feminista, entrou na jogada. Criou um grupo de mensagens privadas que incluiu Hayana, uma conhecida que trabalha no MP (Ministério Público) e uma repórter. A funcionária do MP deu o caminho das pedras de como denunciar. A primeira denúncia foi feita por uma conhecida de Giovanna, que se dispôs a levar em um pendrive o vídeo e cópias. (Folhapress)
