Se a vida é feita de escolhas, Débora Nascimento, 30 anos, optou por seguir os versos eternizados pelo poetinha Vinícius de Moraes (1913/1980) em “Samba da Bênção”: “É melhor ser alegre que ser triste”. Sintonia perfeita com “Êta Mundo Bom!”, novela das 18h da TV Globo que tem o otimismo como fio condutor. “Sou positiva, procuro enxergar os desafios como aprendizado”, garante a beldade.
“De vez em quando, a gente até acha que nada vai dar certo, mas é sempre melhor ser otimista. Se não faz como neste País?”, pergunta a protagonista da trama de Walcyr Carrasco. E complementa. “Eu senti a crise de perto nos preços da gasolina, das compras de supermercado. Está tudo muito caro. É hora de cortar os gastos supérfluos. Ainda bem que não sou uma mulher de gastar muito, de comprar um monte de sapatos e bolsas. Só compro o necessário ou o que me apaixona demais.”
Por sorte, a paixão que move Débora no momento não tem preço. E vem de longe, direto dos anos 1940, época em que a novela é ambientada. Doce e ingênua, Filomena faz os olhos verdes de sua intérprete brilharem. “A Filomena é uma menina pura, criada na roça, quase assexuada e completamente desapegada de vaidade. Nesse ponto, a gente se parece bastante. Sou zero escrava da beleza. No dia a dia, saio de casa sem maquiagem, só com protetor solar no rosto e nos lábios. Como o meu marido prefere me ver assim e, ainda por cima, descabelada, melhor ainda”, vibra.
Vivendo ao lado do ator José Loreto desde 2012 e com a união oficializada no ano passado, Débora tem outro aspecto em comum com sua atual personagem, a mocinha da nova novela das 18h. “Sou romântica como a Filomena, que ama o Candinho [Sergio Guizé] e vai se encantar pelo Ernesto [Eriberto Leão]. Eu tenho um olhar para o meu José que é de muito amor e desejo”, declara-se.
No coração de Débora só cabe um amor – já o mesmo não se pode dizer de Filomena. “Acredito que exista a possibilidade de se amar duas pessoas ao mesmo tempo, mas nunca vivi isso. Quando começo a gostar de outra pessoa, termino o relacionamento na mesma hora”, afirma. No caso da protagonista de “Êta Mundo Bom!”, o destino prega uma peça que acaba a jogando nos braços de outro homem.
“Quando o Candinho vai embora para outra cidade, a Filomena é obrigada pela família a se casar com um homem rico e muito mais velho. Para não se casar sem amor, ela foge com o Ernesto, por quem se encanta e só depois descobre se tratar de um cafajeste”, adianta. Se estivesse no lugar de sua personagem, a atriz também daria um jeito de fugir de um compromisso arranjado. “Não dá para casar sem amor. O amor é o que nos move, nos impulsiona. Casamento sem amor é prisão, sofrimento”, comenta. Dessa prisão, Filomena escapa. Só que ela não se livra de perder a virgindade com Ernesto e de ser abandonada em seguida.
Reinvenção.
Ter a sabedoria de se reinventar é o caminho que a mocinha da novela das 18h elege. Sem ter como se sustentar, encontra abrigo no Taxi Dancing, onde começa a dar expediente como dançarina. Débora precisou fazer aulas de dança de salão com o coreógrafo Caio Nunes para se preparar para a fase em que a sua personagem passa a ganhar a vida como dançarina. Mas não demorou muito para o trabalho virar lazer. “Me apaixonei pelo tango e pelo bolero. Quero continuar dançando, até arrastei o José para as aulas. Ele leva jeito, é esforçado. Mas só em estar nos braços do meu José já é bom.”
Ser uma musa não obriga Débora a ir em busca do inatingível. “Tenho estrias, celulites, cicatrizes, TPM e ainda sou geniosa. O meu corpo é perfeito para mim e para o meu marido, então está ótimo. A mulherada tem que ficar mais leve e parar de correr atrás de um ideal que não existe. A gente tem que ser feliz do jeito que é.” (AD)