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Música: David Bowie ganha exposição permanente em Londres

Mostra ocupa a sede do Victoria and Albert Museum e reúne peças de roupa, partituras, fotografias e documentos. (Foto: Reprodução)

Um espaço de exposição permanente dedicado à lenda britânica do rock David Bowie abriu as portas no dia 13 de setembro, em Londres, com a ambição de explorar a vida e a obra do artista, que morreu em 2016. O local foi concebido para preservar e compartilhar o legado multifacetado do cantor, cuja carreira atravessou décadas e influenciou gerações.

Situado no vasto edifício da nova sede do Victoria and Albert Museum (V&A), o espaço reúne quase 90 mil peças provenientes dos arquivos pessoais de Bowie. Essa coleção, cuidadosamente organizada, permite um mergulho profundo na trajetória artística do músico, incluindo seus projetos, influências, colaborações e fases mais marcantes.

Entre os itens preservados estão peças de roupa icônicas, partituras originais, fotografias raras, vídeos e cartas pessoais que oferecem uma perspectiva íntima sobre os momentos decisivos de sua carreira. Esses documentos ajudam a contextualizar o percurso de David Bowie desde seus primeiros passos no cenário artístico até o reconhecimento global.

Embora apenas cerca de 200 objetos estejam expostos ao público de forma permanente, os visitantes têm a possibilidade de solicitar acesso a outras peças do arquivo, mantidas sob conservação nos bastidores do museu. Essa flexibilidade visa atender tanto aos fãs quanto a pesquisadores e estudiosos interessados em aprofundar seu conhecimento sobre o artista.

Entre os destaques da coleção estão cartas que ilustram os desafios enfrentados por Bowie no início de sua carreira. Em uma delas, seu pai, Haywood Jones, escreve a uma empresa em que o músico esperava trabalhar: “Não acho que eu conseguiria suportar os reveses que ele sofreu e continuar sorrindo, cheio de confiança e combatividade.” Já outra correspondência, datada de julho de 1968, mostra a resposta negativa da gravadora Apple Records: “Como afirmamos por telefone, a Apple Records não está interessada em contratar David Bowie. Não consideramos que ele é quem estamos procurando no momento.”

A exposição também destaca a influência de Bowie sobre outros artistas. Uma citação da cantora pop Lady Gaga expressa esse impacto: “Eu sinto que toda a minha carreira foi um apelo artístico para que você me notasse.”

Outros documentos revelam projetos não realizados, como uma adaptação para os palcos da obra 1984, de George Orwell. Figurinos marcantes, como os usados por personas criadas pelo artista — Ziggy Stardust, Thin White Duke —, além de instrumentos musicais, completam a experiência.

“Nós tivemos muita sorte que o arquivo chegou realmente bem organizado”, afirmou Sabrina Offord, do V&A. Segundo ela, na década de 1990, Bowie já encaminhava materiais com instruções detalhadas: “enviava material para sua equipe para inclusão no arquivo, com notas explicando o contexto de onde o material vinha e onde ele achava que deveria ficar”, acrescentou. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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