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Na luta por uma vaga no segundo turno, o presidenciável Ciro Gomes quer tirar votos de Geraldo Alckmin

O pedetista quer convencer eleitores sobre o "voto útil". (Foto: Agência Brasil)

Posicionado no mesmo campo do candidato petista Fernando Haddad, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) criou uma estratégia para tentar pavimentar seu caminho até o segundo turno. Ele pretende investir no discurso moderado para tentar conquistar os votos de centro que rejeitam o PT e também não votam em Jair Bolsonaro (PSL).

O foco é investir no chamado “voto útil”, atraindo principalmente o eleitor que tende a optar por Geraldo Alckmin (PSDB) mas pode desistir da ideia diante da queda do tucano nas pesquisas.

A campanha do pedetista acredita que esses eleitores de centro vão perceber que a disputa presidencial caminha para a polarização entre a volta do PT, materializada em Haddad, que abertamente comanda sua campanha a partir da cela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o radicalismo de Jair Bolsonaro (PSL), internado no Hospital Albert Einstein desde que sofreu um atentado no interior de Minas Gerais no dia 6. Nesse sentido, os pedetistas acreditam na chance de capturar os votos que iriam para o tucano.

Além de tentar buscar o voto de centro, a campanha de Ciro vai continuar disputando os eleitores lulistas que não pretendem votar no escolhido pelo ex-presidente. O coordenador da campanha de Ciro, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, disse que tem observado um movimento de eleitores que votariam em Lula, mas que agora podem migrar para o pedetista.

“Alckmin está desmanchando”, decreta Lupi. “Esses votos vão para onde? Vamos atrás do voto do Alckmin e do eleitor do Lula lúcido, aquele cara que não é um apaixonado cego.”

Comparações

O presidenciável do PDT tem batido em Haddad dizendo que quando o petista comandou São Paulo foi considerado o pior prefeito do País. Ciro tenta se diferenciar com um discurso de que tem um histórico de gestão mais robusto, além de reapresentar propostas que contam com boa repercussão, como soluções para retomada do emprego e o projeto “Nome Limpo”, que pretende renegociar dívidas de brasileiros inscritos no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).

Aliados de Ciro acreditam que acontecerá com Haddad trajetória semelhante à que ocorreu com a candidata da Rede, Marina Silva, em 2014, quando ela chegou a empatar com a petista Dilma Rousseff em primeiro lugar, e acabou amargando a terceira posição na disputa presidencial daquele ano, depois de sofrer uma campanha de desconstrução.

Candidato ao governo de Rondônia, o senador Acir Gurgacz (PDT) avalia que a ideia de um segundo turno entre PT e Bolsonaro fará com que os eleitores pensem em Ciro:

“Esse crescimento do Haddad me parece ser daqueles do tipo boomerang, que vai e depois recua. Daqui a alguns dias vai cair a ficha nas pessoas de que pode estar surgindo um segundo turno de Haddad com Bolsonaro, o que seria uma coisa muito delicada para o país, e aí o Ciro, que tem tido uma subida lenta, mas consistente, ganha mais espaço”.

 

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