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Correios dizem não ter conhecimento de que a munição usada no assassinato da vereadora Marielle tenha sido furtada de sua sede na Paraíba

Ministro disse que munições usadas no crime foram furtadas, em 2006, na sede dos Correios da Paraíba. (Foto: Renan Olaz/Câmara do Rio)

Os Correios informaram neste sábado (17) não ter “conhecimento” que de a munição utilizada no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) tenha sido furtada de sua sede no Estado. Essa informação foi dada em resposta à versão apresentada pelo ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, na sexta-feira (16), de que as munições pertenciam à PF (Polícia Federal) e foram furtadas da sede dos Correios em 2006.

“Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações”, informou a empresa, em nota.

Os Correios informaram ainda que, por serem empresa pública, “situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação”.

“No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.” A reportagem procurou a Superintendência da PF na Paraíba mas ligações não foram atendidas.

Jungmann deu a informação ao comentar o fato de a munição encontrada na cena do crime pertencer a um lote vendido à Polícia Federal de Brasília em 2006. “Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, anos atrás na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada”, afirmou o ministro. A reportagem voltou a procurar a assessoria do ministro neste sábado. Jungmann manteve o comentário feito no dia anterior.

Relembre o caso

A quinta vereadora mais votada do Rio em 2016, Marielle Franco foi assassinada a tiros na quarta-feira (14). A morte dela causou grande repercussão, a ponto de pessoas em todo o país se manifestarem contra a violência, e o governo federal anunciar que concentrará “todos os esforços” em encontrar os assassinos.

Segundo Raul Jungmann, a Polícia Federal determinou ao melhor especialista em impressões digitais e em DNA que colha o material genético nas cápsulas.

“A PF tem um banco de dados e vai colocar esse material coletado para identificar [impressões digitais], o que já seria uma pista segura no que diz respeito a quem realizou o crime”, completou.

Confira abaixo nota oficial dos correios na íntegra:

“Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações.

A empresa não aceita postagem de remessas contendo armas ou munição, exceto quando autorizado por legislação específica. Neste caso, o tráfego, via Correios, de produtos controlados pelo Exército, submete-se às disposições estabelecidas no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados, conforme a Portaria nº 015/2009 – Colog/Ministério da Defesa.

Por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação. No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.”

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