Iniciada em junho pela prefeitura de Porto Alegre, a reconstrução do segundo trecho do Dique do Sarandi entrou em fase final de obras, e deve ser concluída até o final deste mês. O sistema contra cheias do rio Gravataí em bairros da Zona Norte da capital gaúcha recebe agora uma cobertura de leivas (camadas de grama em formato de placas), para estabilização do talude (estrutura lateral contra desmoronamentos).
O material atua como barreira de proteção contra intempéries (ventos e chuvas intensas, por exemplo), contribuindo para a durabilidade da obra e para a segurança de toda a área de contenção. Em paralelo, a elevação do dique a uma cota de 5,8 metros (mais alta que a anterior) está praticamente concluída.
Esse serviço é realizado por meio da compactação sucessiva de camadas de argila e, conforme os técnicos responsáveos, já se encontra em seus últimos metros, no ponto mais próximo ao que apresentou rompimento durante a enchente histórica de maio de 2024 – contribuindo para a agravar os alagamentos.
O Trecho 2 do Dique do Sarandi compreende 300 metros no segmento entre a Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebap) nº 10 e o ponto crítico identificado após as inundações em uma região da cidade com alta densidade populacional. O cronograma, entretanto, é passível de ajuste conforme as condições climáticas.
“Antes das obras, este trecho do dique apresentava uma altura bastante irregular, além de insuficiente para a proteção da região”, corrobora o diretor-presidente do Dmae, Vicente Perrone, em declaração ao site prefeitura.poa.br. “Com o reforço, estaremos mais preparados para enfrentar eventos extremos com segurança.”
Histórico
O Dique do Sarandi foi construído entre as décadas de 1960 e 1970, como parte do sistema de proteção contra cheias da capital gaúcha. Após a catástrofe ambiental do ano passado (que teve a região como uma das mais afetadas), um estudo conduzido pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) apontou a necessidade de reforço da estrutura, que tinha cota inferior a 4 metros em alguns pontos.
A reconstrução do Dique do Sarandi foi dividida em três etapas. Com cerca de 1,1 quilômetro de extensão, o primeiro trecho, localizado entre as casas de bombas nº 9 e nº 10 do órgão, foi concluído em janeiro. Já o segundo segmento, atualmente em execução, inclui serviços como reforço de fundações, elevação de cota e estabilização lateral e horizontal. Desde o ano passado, a prefeitura da Capital já investiu mais de R$ 10 milhões na reestruturação da estrutura.
(Marcello Campos)
